Cálcio Exame: Níveis Altos ou Baixos, Entenda os Resultados

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O cálcio exame: Níveis altos ou baixos é muito mais do que um simples número no papel. Ele está diretamente ligado ao funcionamento dos seus ossos, músculos, coração e até do seu sistema nervoso. Se estiver fora dos valores de referência, pode indicar algo mais sério acontecendo no seu corpo, mas com informação e acompanhamento, tudo tem solução.
 
Neste artigo, vou te explicar sobre os diferentes tipos de cálcio, como ele age no organismo, o que significam níveis alterados e como manter tudo em equilíbrio. Prepare-se para entender de forma simples, prática e completa o que realmente está por trás de um resultado de exame de cálcio.
 

Por Que o Cálcio é Tão Importante Para o Corpo?

O cálcio não está só nos ossos e dentes. Ele está presente em vários processos metabólicos essenciais, como:

  • Contração muscular, inclusive a do coração

  • Coagulação do sangue

  • Transmissão de impulsos nervosos

  • Liberação de hormônios

Quando os níveis estão fora do ideal, o corpo pode começar a dar sinais, que muitas vezes passam despercebidos. Por isso, o acompanhamento é tão importante.

O que é o Exame de Cálcio e Para Que Serve?

O exame de cálcio, também chamado de cálcio total exame, é um teste laboratorial essencial para avaliar os níveis de cálcio no sangue. Ele pode parecer simples, mas é uma ferramenta poderosa na detecção precoce de várias condições de saúde.

Esse exame ajuda a entender como o corpo está regulando esse mineral tão importante. Por isso, é frequentemente solicitado em check-ups de rotina ou quando há suspeita de problemas ósseos, renais ou hormonais.

Além disso, sempre explico, que existe a versão mais específica chamada cálcio iônico, que mede apenas a forma ativa do cálcio, aquela que realmente participa das funções do corpo. O cálcio iônico valor normal pode variar dependendo da idade e condições clínicas, mas seu monitoramento é vital em casos mais complexos.

Cálcio exame total e cálcio iônico: qual é a diferença?

Como mencionei acima, ao realizarmos um exame de cálcio no sangue, medimos o cálcio sérico total, que representa a soma das três formas de cálcio que circulam no sangue, como:

  • Cálcio livre (ionizado) – Cerca de 50% do cálcio no sangue está nessa forma. Ele é chamado de “livre” porque não está ligado a outras substâncias, e essa é a forma ativa, que participa das funções vitais no corpo.
  • Cálcio ligado as proteínas – Aproximadamente 45% do cálcio está ligado a proteínas, principalmente a albumina, que é uma proteína encontrada no sangue.
  • Cálcio ligado a complexos – Cerca de 5% do cálcio está ligado a outras substâncias, como fosfatos, citratos e bicarbonatos.

Em consultas de rotina, o cálcio total costuma ser suficiente. Mas vale lembrar: o tipo de exame deve ser definido pelo profissional de saúde conforme o caso clínico.

Cálcio Exame: Níveis Altos ou Baixos, Entenda os Resultados

Quando falamos sobre Cálcio Exame: Níveis Altos ou Baixos, Entenda os Resultados, é preciso analisar com cuidado. Níveis alterados, tanto para mais quanto para menos, podem indicar que algo não vai bem no organismo.

A boa notícia é que, com diagnóstico precoce, quase todas essas condições têm controle.

Hipocalcemia (Cálcio Baixo)

A hipocalcemia é quando o corpo tem pouco cálcio circulando. Isso pode causar sintomas que vão desde cãibras até confusão mental, veja a seguir:

Sintomas comuns:

  • Espasmos musculares involuntários (tetania)
  • Dormência e formigamento nas extremidades (mãos, pés e rosto)
  • Fraqueza muscular e fadiga intensa
  • Câimbras frequentes
  • Alterações no ritmo cardíaco (arritmias)
  • Irritabilidade, ansiedade e confusão mental
  • Problemas de coagulação, aumentando o risco de sangramentos prolongados
  • Unhas quebradiças e pele seca

Principais causas:

  • Deficiência de vitamina D, essencial para a absorção de cálcio.
  • Hipoparatireoidismo – disfunção das glândulas paratireoides, que regulam o cálcio.
  • Doenças renais crônicas, que afetam a retenção e absorção de minerais.
  • Uso prolongado de diuréticos, que eliminam cálcio pela urina.
  • Alcoolismo crônico, que interfere na absorção de nutrientes.
  • Síndromes de má absorção (como doença celíaca e doença inflamatória intestinal).

Hipercalcemia (Cálcio Alto)

Já a hipercalcemia ocorre quando o corpo tem cálcio demais no sangue. E isso, ao contrário do que muita gente pensa, também é perigoso.

Sintomas comuns:

  • Fraqueza muscular e fadiga constante
  • Redução da resposta neuromuscular (baixa excitabilidade), levando à dificuldade de movimentação (em casos graves).
  • Confusão mental, lentidão cognitiva e, em casos graves, coma.
  • Ritmo cardíaco irregular e palpitações
  • Náuseas, vômitos e perda de apetite
  • Constipação e dor abdominal
  • Sede excessiva e aumento da frequência urinária (poliúria)
  • Pedras nos rins (nefrolitíase) devido ao acúmulo de cálcio no trato urinário

Principais causas:

  • Hiperparatireoidismo – excesso de produção do hormônio paratormônio (PTH).
  • Uso excessivo de suplementos de cálcio e vitamina D.
  • Cânceres, especialmente os que afetam os ossos ou produzem hormônios semelhantes ao PTH.
  • Doenças granulomatosas, como sarcoidose e tuberculose, que aumentam a absorção de cálcio.
  • Imobilização prolongada, que promove a liberação de cálcio dos ossos.
  • Insuficiência renal, que reduz a capacidade do corpo de excretar cálcio.

Cálcio e Vitamina D: Uma Dupla que Anda Junto

O exame de cálcio e vitamina D é frequentemente solicitado em conjunto porque esses dois nutrientes trabalham em parceria no corpo. Sem vitamina D, o cálcio não é absorvido corretamente no intestino, o que pode levar a uma deficiência mesmo com boa alimentação.

Vantagens da combinação:

  • Maior absorção de cálcio

  • Prevenção de doenças ósseas como osteoporose e osteomalacia

  • Fortalecimento do sistema imunológico

  • Melhor função muscular

Embora muitos profissionais não utilizem os dois exames em conjunto em sua prática clínica, a combinação de ambos é fundamental para uma análise mais completa do metabolismo ósseo e do estado geral da saúde.

Relação cálcio e vitamina D

Para facilitar ainda mais o entendimento, preparei a seguir uma tabela clara e organizada para explicar a relação entre cálcio e vitamina D.

AspectoCálcioVitamina D
Função PrincipalFormação e manutenção de ossos e dentes.Facilita a absorção do cálcio no intestino.
Papel na Saúde ÓsseaMineralização e fortalecimento dos ossos, prevenindo osteopenia e osteoporose.Promove a deposição adequada de cálcio nos ossos.
Doenças Associadas à DeficiênciaOsteopenia, osteoporose, tetania, cãibras musculares.Osteomalacia (adultos), raquitismo (crianças), fraqueza muscular.
Papel na Função Muscular e NervosaContração muscular e transmissão de impulsos nervosos.Melhora a força muscular e reduz o risco de quedas.
Riscos do ExcessoHipercalcemia: pedras nos rins, calcificação de tecidos.Hipervitaminose D: calcificação de órgãos e vasos.
Exemplo de MonitoramentoExame de cálcio sérico.Exame de vitamina D no sangue.
FontesLeite, queijos, sardinhas, tofu, brócolis.Exposição solar e suplementos.

Alimentos Ricos em Cálcio e Como Prevenir Deficiências

A melhor forma de manter os níveis de cálcio dentro do ideal é por meio da alimentação. Não é só leite que entra na lista, veja abaixo:

Alimentos ricos em cálcio:

  • Queijo, iogurte e leite (preferencialmente integrais e pouco processados)

  • Sardinha (com espinhas)

  • Tofu

  • Brócolis e couve

  • Amêndoas

Mas, se mesmo com alimentação adequada os níveis estiverem baixos, pode ser  recomendar suplementação de cálcio, sempre com acompanhamento.

Como é Feito o Diagnóstico e o Tratamento do Cálcio Exame?

Se o resultado do Cálcio exame vier alterado, pode ser solicitado exames complementares, como:

Tratamento da hipocalcemia (Níveis baixos):

  • Reposição de cálcio via suplemento ou injeção

  • Aumento da ingestão de vitamina D

  • Identificação da causa (ex: corrigir hipoparatireoidismo)

Tratamento da hipercalcemia (Níveis altos):

  • Hidratação

  • Diuréticos sob prescrição

  • Cirurgia nas paratireoides (em casos graves)

  • Suspensão de suplementos

Valores de referência: Exame de cálcio

Abaixo estão os valores de referência de cálcio no sangue de acordo com a faixa etária, esse valores podem variar entre laboratórios, mas, em geral, é:

Faixa EtáriaValores de Referência (mg/dL)
Inferior a 1 ano8,7 a 11,0 mg/dL
1 ano a 19 anos9,3 a 10,6 mg/dL
A partir de 19 anos8,6 a 10,3 mg/dL

Esses valores ajudam a identificar se os níveis estão dentro da faixa ideal. Quando o cálcio está fora dessa faixa, pode haver risco de complicações de saúde, como hipocalcemia (níveis baixos) ou hipercalcemia (níveis altos).

O exame também pode ser utilizado para monitorar o metabolismo do cálcio em conjunto com a vitamina D, por meio do exame de cálcio e vitamina D.

Qual o nível normal de cálcio no exame de sangue?

O nível normal de cálcio no sangue (cálcio sérico) varia de acordo com a idade, conforme indicado na tabela anterior. Quando os níveis estão fora da faixa ideal, isso pode estar relacionado a diversas doenças. A seguir, exploraremos as principais doenças e distúrbios associados aos níveis anormais de cálcio.

Cálcio Exames e sua relação com diversas doenças

Insuficiência renal

Na insuficiência renal crônica, os rins não conseguem filtrar adequadamente o excesso de cálcio e fósforo do sangue, o que pode resultar em hipocalcemia ou hipercalcemia. O desequilíbrio de cálcio e fósforo aumenta o risco de osteodistrofia renal, enfraquecendo os ossos.

Sarcoidose

A sarcoidose é uma doença inflamatória que pode aumentar a absorção de cálcio nos intestinos e reduzir sua excreção pelos rins, levando à hipercalcemia. Isso ocorre porque a sarcoidose pode aumentar a produção de vitamina D, elevando os níveis de cálcio no sangue e causando complicações como cálculos renais e depósitos de cálcio nos tecidos.

Osteomalacia

A osteomalacia é uma condição em que os ossos se tornam macios devido à deficiência de vitamina D, resultando em uma absorção inadequada de cálcio. Com níveis baixos de cálcio no sangue, o corpo não consegue manter os ossos fortes, o que leva a dores ósseas, fraqueza muscular e maior risco de fraturas.

Osteoporose

A osteoporose afeta a densidade óssea, tornando os ossos mais frágeis e propensos a fraturas. O cálcio é essencial para a prevenção da osteoporose, pois ajuda a manter os ossos fortes ao longo da vida. A falta de cálcio, especialmente em idades avançadas, pode agravar essa condição.

Acromegalia

Na acromegalia, uma doença hormonal caracterizada pela produção excessiva do hormônio do crescimento, pode ocorrer hipercalcemia, pois o metabolismo do cálcio e do fósforo é afetado, o que pode resultar em problemas ósseos e articulares.

Hiperparatireoidismo

No hiperparatireoidismo, as glândulas paratireoides produzem excesso de hormônio paratireoide (PTH), levando à hipercalcemia. Isso resulta na reabsorção óssea excessiva, causando perda óssea, pedras nos rins e problemas cardíacos.

Tetania

A tetania é uma condição que provoca espasmos musculares involuntários, geralmente causada por hipocalcemia. Níveis baixos de cálcio afetam os nervos e músculos, resultando em contrações musculares dolorosas e, em casos graves, espasmos generalizados.

Doença de Paget

A Doença de Paget é uma desordem crônica que causa remodelação óssea anormal. Embora os níveis de cálcio possam permanecer normais, o exame de cálcio é útil para monitorar o estado ósseo e prevenir complicações relacionadas ao excesso ou falta de cálcio.

Conclusão

O exame de cálcio é essencial para monitorar e avaliar a saúde dos ossos, nervos, músculos e coração. O desequilíbrio nos níveis de cálcio pode causar uma série de problemas de saúde, como osteoporose, insuficiência renal e tetania. Manter níveis adequados de cálcio, juntamente com vitamina D, é crucial para garantir uma boa saúde óssea e muscular.

Para garantir que seus níveis de cálcio estejam adequados, mantenha uma dieta equilibrada com alimentos ricos em cálcio e faça exames regulares de cálcio e vitamina D, sempre com o acompanhamento de um profissional de saúde.

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