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Insulina Exame: Para Que Serve, Entenda os Resultados

As células beta do pâncreas produzem a insulina, um hormônio essencial para regular os níveis de glicose no sangue. Quando comemos, o corpo absorve a glicose dos alimentos. A insulina, então, age como uma chave, permitindo que a glicose entre nas células e seja utilizada como energia. Se a insulina não funcionar corretamente, a glicose se acumula no sangue, causando diabetes. Este artigo explora a importância do exame de insulina, suas finalidades, métodos de realização, valores de referência e interpretação dos resultados.
 

O Que é Insulina?

A insulina é um hormônio fundamental para o equilíbrio energético do corpo. Ela regula a absorção e utilização da glicose, atuando também na síntese proteica e no armazenamento de triglicerídeos. Quando o nível de glicose no sangue aumenta, como após uma refeição, o pâncreas secreta insulina para que os tecidos absorvam a glicose e para inibir a quebra de glicogênio. (forma de armazenamento de glicose no fígado). Após o nível de glicose retornar ao normal, a secreção é reduzida. Esse hormônio tem importância clínica significativa, especialmente no diagnóstico e tratamento da diabetes mellitus.

Exame de Insulina, Quando é Indicado?

O exame é indicado em diversas situações clínicas para avaliar a função do pâncreas, especialmente em casos onde há suspeita de distúrbios metabólicos ou condições relacionadas ao metabolismo da glicose. As principais indicações para o exame incluem:

  • Avaliação de Resistência à Insulina: Indicado para pacientes com fatores de risco para a síndrome metabólica ou diabetes tipo 2, como obesidade, hipertensão e histórico familiar de diabetes. Níveis elevados de insulina em jejum podem indicar resistência à insulina, um dos principais fatores de risco para o desenvolvimento de diabetes tipo 2.
  • Diagnóstico e Monitoramento do Diabetes: Embora o exame de glicose e hemoglobina glicada seja mais comumente utilizado para o diagnóstico de diabetes, o exame de insulina ajuda a avaliar a produção do hormônio, especialmente para distinguir entre diabetes tipo 1 (deficiência de insulina) e tipo 2 (resistência à insulina).
  • Síndrome dos Ovários Policísticos (SOP): Em mulheres com SOP, é comum observar resistência à insulina. O exame de insulina pode ajudar a confirmar essa condição e auxiliar no manejo dos sintomas e riscos associados.
  • Investigação de Insulinoma: Insulinoma é um tumor raro das células beta do pâncreas que leva à produção excessiva de insulina. Este exame é essencial para o diagnóstico e monitoramento do tratamento de insulinoma, especialmente em pacientes com sintomas de hipoglicemia persistente.
  • Síndrome de Cushing e Acromegalia: Em condições como a Síndrome de Cushing (concentrações cronicamente elevadas de cortisol ou corticoides) e acromegalia (produção excessiva do hormônio do crescimento e de uma proteína chamada IGF-1), níveis elevados de insulina podem ser observados devido a alterações hormonais e metabólicas.
  • Avaliação Prévia ao Tratamento de Diabetes com Insulina: Em pacientes que estão iniciando tratamento com insulina, o exame ajuda a estabelecer uma linha de base para monitorar a resposta ao tratamento e ajustar as doses, conforme necessário.
  • Hipoglicemia de Jejum ou Hipoglicemia Reativa: Quando o paciente apresenta sintomas de hipoglicemia, o exame de insulina é indicado para avaliar se a produção excessiva de insulina é a causa das quedas de glicose no sangue.

Deve-se realizar o exame de insulina em jejum, e os resultados, em conjunto com outros exames, ajudam o médico a obter um panorama preciso da saúde metabólica do paciente e a definir o tratamento e acompanhamento adequados.

Como é Feito o Exame de Insulina?

Para realizar o exame, coleta-se uma amostra de sangue em jejum de pelo menos 4 horas. O exame pode medir a insulina basal (nível de insulina em jejum), que reflete a produção de insulina pelo pâncreas sem estímulos externos. Esse método fornece uma visão geral do estado metabólico do paciente.

Exame de Insulina: Valores de Referência

Os valores de referência para insulina em jejum podem variar dependendo da metodologia usada pelo laboratório, mas seguem as faixas da população em geral. Abaixo está uma tabela com os valores de referência para insulina livre e insulina total e suas diferenças:

Tipo de InsulinaValores de Referência (Jejum)
Insulina Livre2,90 a 19,00 µUI/mL
Insulina Total1,9 a 23,0 µUI/mL
  • Insulina Livre: Representa a fração de insulina não ligada a proteínas, que está diretamente disponível para atuar no metabolismo da glicose.
  • Insulina Total: Inclui tanto a insulina ativa quanto a insulina ligada a proteínas, oferecendo uma visão geral da quantidade total de insulina no sangue.

Qual é o Valor Normal da Insulina em Jejum?

Para a insulina total, os valores normais em jejum são tipicamente de 1,9 a 23,0 µUI/mL, enquanto para a insulina livre, a faixa considerada normal é de 2,90 a 19,00 µUI/mL. Valores fora dessas faixas podem indicar condições metabólicas e precisam de interpretação considerando o histórico médico e outros exames relacionados do paciente.

Como Interpretar o Resultado do Exame de Insulina?

A interpretação dos resultados do exame de insulina é feita com base em diversos fatores, incluindo idade, histórico médico e resultados de outros exames relacionados. Algumas interpretações típicas incluem:

  • Valores elevados de insulina: indicam resistência à insulina, uma condição que frequentemente precede o diabetes tipo 2. Também é observada em casos de obesidade, Síndrome de Cushing e acromegalia.
  • Valores normais de insulina: sugerem que o pâncreas está funcionando adequadamente, com níveis de insulina alinhados às necessidades do organismo.
  • Valores baixos de insulina: apontam para uma produção insuficiente de insulina, o que é comum em casos de diabetes tipo 1, onde há uma deficiência de insulina.

Diferença Entre o Exame de Insulina e o Exame de Glicose

Embora frequentemente relacionados, o exame de insulina e o exame de glicose têm objetivos diferentes. O exame de glicose mede a quantidade de açúcar (glicose) presente no sangue e indica diretamente o nível de glicose disponível no organismo. O exame de insulina, por outro lado, mede a quantidade de insulina, avaliando a resposta do organismo ao açúcar. Quando realizados juntos, esses exames fornecem informações valiosas sobre a sensibilidade à insulina e a funcionalidade metabólica.

Exame de Insulina Preço e Disponibilidade

O exame de insulina tem um valor médio entre R$ 30,00 e R$ 100,00 dependendo do laboratório e da região. Em alguns casos, ele é coberto pelo SUS (Sistema Único de Saúde) ou por convênios médicos. Esse exame pode ser solicitado por médicos como parte da avaliação de pacientes com risco de diabetes, síndrome metabólica, obesidade ou outros distúrbios metabólicos.

Conclusão

O exame de insulina é uma ferramenta fundamental para diagnosticar e monitorar condições metabólicas, sendo útil tanto para o diagnóstico precoce de diabetes quanto para a análise de outras condições hormonais. A interpretação dos resultados do exame de insulina deve ser feita por um profissional de saúde, pois ele é essencial para um diagnóstico preciso e um tratamento adequado.

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