Vitamina D: Baixa ou Deficiente, Saiba o que Fazer

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Como biomédico, patologista clínico e especialista em estética, sempre faço questão de orientar meus pacientes sobre a importância de manter os níveis de vitamina D adequados.

Essa vitamina vai muito além dos benefícios estéticos para cabelos, unhas e pele, ela é essencial para a saúde óssea, imunidade e até para a prevenção de doenças graves, motivo pelo qual é frequentemente chamada de “vitamina anti-câncer”.

Neste artigo, vou te explicar:

  • O que é vitamina D e para que serve;

  • Fontes alimentares e solares;

  • Como tomar corretamente;

  • Valores de referência do exame de vitamina D;

  • Sintomas da deficiência e do excesso;

  • Formas de suplementação.

O Que é a Vitamina D e Para Que Serve?

A vitamina D é uma substância lipossolúvel fundamental para várias funções do organismo:

  • Promove a absorção de cálcio e fósforo no intestino;

  • Mantém a saúde óssea e dentária;

  • Contribui para o controle da glicemia;

  • Regula o sistema imunológico;

  • Auxilia na função muscular.

Tipos de vitamina D

  • Vitamina D2 (ergocalciferol): fonte vegetal.

  • Vitamina D3 (colecalciferol): fonte animal e sintetizada na pele pela exposição solar.

Fontes de Vitamina D: Alimentos e Sol

A principal forma de obter vitamina D naturalmente é pela exposição ao sol. Porém, alguns alimentos também ajudam a manter bons níveis:

  • Peixes gordurosos (salmão, atum, sardinha);

  • Óleo de fígado de bacalhau;

  • Gema de ovo;

  • Leite e derivados fortificados;

  • Cogumelos irradiados.

Exposição solar ideal

  • 10 a 20 minutos por dia, com braços e pernas expostos, sem protetor solar, antes das 10h ou após as 16h.

Vitamina D: Como Tomar e Valores de Referência

A suplementação depende do nível de deficiência e da condição clínica. Pode ser oral ou intramuscular, conforme o caso.

Valores de referência de vitamina D (25(OH)D):

SituaçãoValor (ng/mL)
Deficiência< 20,0
Normal (população geral)20,0 – 60,0
Ideal (população de risco)30,0 – 60,0
Risco de intoxicação> 100,0

Populações de risco: idosos, gestantes, pacientes pós-cirurgia bariátrica, doenças ósseas e inflamatórias.

Formas de Suplementação de Vitamina D

Suplementos disponíveis:

  • Vitamina D3 (mais biodisponível);

  • Vitamina D2 (opção vegana);

  • D3 + Cálcio (osteoporose);

  • Injetável (pacientes com má absorção intestinal).

Outras opções:

  • Gotas e cápsulas;

  • Alimentos fortificados;

  • Exposição solar diária controlada.

Doses Recomendadas para Suplementação

SituaçãoDose Recomendada
Deficiência severa (< 20 ng/mL)50.000 UI/semana por 8-12 semanas
Insuficiência (20-30 ng/mL)800 a 2.000 UI/dia
Manutenção (populações de risco)1.000 a 2.000 UI/dia
Intoxicação (> 100 ng/mL)Suspensão imediata

Vitamina D Injetável: Quando Indicar?

A vitamina D injetável é uma alternativa terapêutica importante, especialmente indicada quando a suplementação oral não é eficaz ou viável. Seu uso deve ser sempre criterioso, com base em avaliação clínica e laboratorial.

Concentração:

  • Ampolas com 300.000 a 600.000 UI

Esquema:

  • Dose única IM;

  • Esquema dividido: 300.000 UI a cada 15 dias, por 1 mês.

Reavaliação:

  • 8 a 12 semanas após início da suplementação.

Importante: As doses podem variar de acordo com cada indivíduo, considerando idade, peso, comorbidades e o nível de deficiência. Por isso, é fundamental contar com acompanhamento profissional e não realizar a suplementação por conta própria.

Exames Relacionados à Vitamina D

1. 25-hidroxivitamina D (25-OH)

Exame padrão para avaliar os estoques corporais.

  • Valores normais: 20 a 60 ng/mL

  • Deficiência: < 20 ng/mL

2. 1,25-dihidroxivitamina D

Indicado em casos específicos (doenças ósseas ou renais).

Faixa EtáriaValores de Referência (pg/mL)
0 a 11 meses32,1 a 196,0
12 a 35 meses47,1 a 151,0
3 a 19 anos45,0 a 102,0
Adultos19,9 a 79,3
  • Baixo: Insuficiência renal, má absorção;

  • Alto: Hiperparatireoidismo, intoxicação por vitamina D.

Sintomas da Deficiência e Excesso de Vitamina D

Deficiência:

  • Fadiga;

  • Dores musculares;

  • Queda de cabelo;

  • Depressão;

  • Osteoporose.

Excesso (toxicidade):

  • Náuseas e vômitos;

  • Perda de apetite;

  • Hipercalcemia;

  • Calcificação de órgãos.

Gráfico: Deficiência de Vitamina D na População Brasileira

Relação entre Vitamina D e Cálcio

Sem níveis adequados de vitamina D, o organismo não consegue absorver o cálcio adequadamente, mesmo com ingestão adequada. Ambos são fundamentais para prevenir:

  • Osteoporose;

  • Raquitismo;

  • Fraturas.

Tabela: Níveis Ideais de Vitamina D por Idade

Faixa EtáriaValores Ideais (ng/mL)
Crianças e jovens25,0 a 60,0
Adultos30,0 a 60,0
Idosos30,0 a 60,0
População de risco30,0 a 60,0

Considerações Finais

A vitamina D é um nutriente vital que impacta profundamente a saúde óssea, imunológica e metabólica. Sua suplementação, quando necessária, deve ser individualizada e sempre monitorada por meio de exames laboratoriais.

⚠️ Atenção: Não inicie suplementação sem orientação profissional. O excesso também é prejudicial!

Conclusão

Por fim, vale destacar que a vitamina D é um nutriente essencial para a saúde geral, com impacto direto na saúde óssea, muscular e imunológica. Além da exposição solar e alimentação adequada, a suplementação pode ser necessária em muitos casos.

Caso apresente sintomas de deficiência ou tenha dúvidas sobre exames como o de 25-hidroxivitamina D, consulte um profissional de saúde para avaliação. Aqui no Saúde Diagnóstica, estou sempre pronto para trazer informações confiáveis e atualizadas para cuidar da sua saúde!

 
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