Surto de Mpox Levanta Preocupações Globais

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Mpox (varíola dos macacos) voltou a ser uma emergência global com a descoberta de uma nova cepa mais transmissível e a confirmação de transmissão sexual. O aumento de casos no Brasil e em outras regiões exige medidas urgentes de prevenção.

Neste artigo, vou te explicar o que se sabe sobre a nova variante, sintomas atualizados, formas de contágio, tratamentos e estratégias de contenção.

O Que é a Mpox e Quais São Suas Cepas?

Mpox é uma doença causada pelo vírus Monkeypox (gênero Orthopoxvirus), da mesma família da varíola humana (erradicada em 1980). Até agora, duas cepas predominavam:

  • Cepa da Bacia do Congo (África Central): Taxa de mortalidade de 5% a 10%.

  • Cepa da África Ocidental: Menos grave, mortalidade abaixo de 3%.

nova variante, com mutações genéticas, apresenta maior transmissibilidade e possivelmente sintomas mais intensos, exigindo revisão das estratégias de saúde pública.

Nova Cepa da Mpox: O Que Mudou?

Alterações Genéticas e Transmissibilidade

Estudos indicam que a nova cepa tem:
Maior capacidade de disseminação (incluindo transmissão sexual confirmada).
Possível resistência parcial a tratamentos (ainda em estudo).
Período de incubação mais curto (sintomas aparecem mais rápido).

Sintomas da Nova Variante

Além dos sinais clássicos, a nova cepa pode causar:

  • Febre alta e calafrios intensos

  • Lesões cutâneas dolorosas (especialmente em regiões genitais e perianais)

  • Linfonodos inchados

  • Fadiga extrema

  • Sintomas gastrointestinais (náuseas, diarreia)

Transmissão Sexual: Um Novo Desafio

OMS confirmou que o vírus pode se espalhar por:
Contato íntimo durante relações sexuais (principalmente por fluidos e lesões).
Beijos e contato pele a pele prolongado.
Uso compartilhado de roupas íntimas e toalhas contaminadas.

Dados do Brasil:
Mais de 1.500 casos confirmados (com aumento em SP, RJ e MG).
Casos associados à nova cepa já foram detectados.

Quando Fazer o Exame?

Se tiver sintomas (febre + lesões de pele).
Contato próximo com caso confirmado.
Histórico de relações sexuais com parceiro infectado.

Atenção: O vírus pode ser detectável antes dos sintomas, mas o teste é mais confiável após o surgimento das lesões.

Diagnóstico da Mpox: Quais Exames Detectam o Vírus?

Sempre digo, que a confirmação da infecção por Mpox requer testes específicos, principalmente em casos suspeitos da nova cepa. Os principais exames incluem:

1. PCR (Reação em Cadeia da Polimerase)

  • Método mais preciso para detectar o vírus Monkeypox.

  • Coleta: Amostras de lesões cutâneas, secreções nasofaríngeas ou sangue.

  • Resultados: Geralmente em 24 a 48 horas.

2. Sequenciamento Genômico

  • Identifica se a infecção é causada pela nova cepa.

  • Indicado para: Pacientes com sintomas graves ou em surtos.

3. Teste Sorológico (IgG/IgM)

  • Detecta anticorpos contra o vírus.

  • Limitação: Pode dar falso positivo em pessoas vacinadas contra varíola.

4. Microscopia Eletrônica

  • Usado em casos complexos para visualizar o vírus.

  • Menos comum devido à necessidade de infraestrutura especializada.

5. Cultura Viral

  • Isola o vírus em laboratório.

  • Raramente usado por ser demorado e exigir biossegurança nível 3.

Onde fazer o teste?

  • Hospitais de referência (como Instituto Adolfo Lutz em SP).

  • Laboratórios privados com autorização da Anvisa.

  • Unidades de Saúde Pública em áreas de surto.

Comparação Entre as Cepas

CaracterísticaCepa da África OcidentalNova Cepa (2024)
Taxa de Mortalidade<3%Ainda em estudo
Transmissão SexualRaraConfirmada
SintomasModeradosMais intensos
Resposta à VacinaEficazPossível redução

Tratamentos e Vacinas

  • Antiviral Tecovirimat (TPOXX) – Principal opção para casos graves.

  • Vacina JYNNEOS – Eficaz contra cepas anteriores, mas em avaliação para a nova variante.

Prevenção: Como se Proteger?

✔ Use preservativos (reduz risco na transmissão sexual).
✔ Evite contato com lesões de pessoas infectadas.
✔ Higienize as mãos frequentemente.
✔ Mantenha isolamento se diagnosticado.

Conclusão

O surto de mpox, impulsionado por uma nova cepa e pela crescente transmissão sexual, demanda uma resposta global urgente e coordenada. Diante desses novos desafios, a cooperação internacional e o engajamento da sociedade são fundamentais para conter a propagação da doença.

A nova variante do vírus reforça a necessidade de diagnósticos rápidos, como o PCR ou sequenciamento genético, e de medidas preventivas mais eficazes. Com o aumento dos casos, o Brasil permanece em estado de alerta, e a via de transmissão sexual exige ações educativas e maior conscientização da população.

Organização Mundial da Saúde (OMS).

Ministério da Saúde, Relatórios de Saúde Pública

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