anti-tireopreroxidade-saude-diagnostica

Anti-Tireoperoxidase (Anti-TPO): Alto, o que é?

 

Os anticorpos anti-TPO são autoanticorpos que atacam a enzima tireoperoxidase (TPO), uma hemoglicoproteína presente exclusivamente nos tireócitos (células da tireoide). A tireoperoxidase é responsável por catalisar a oxidação do iodeto nos resíduos de tirosina contidos na tireoglobulina, processo essencial para a síntese dos hormônios T3 e T4. Por isso, a TPO é considerada um dos antígenos microssomal mais importantes da glândula tireoide.

Neste artigo, abordaremos o que são os anticorpos anti-TPO, sua relação com doenças autoimunes, além de explicar o significado de anti-TPO alto, seus valores de referência e como esse exame auxilia no diagnóstico e acompanhamento dessas condições.

O que Indica a Presença de anti-TPO no Sangue?

A presença de anticorpos anti-TPO indica que o corpo está atacando a tireoide, o que pode levar a doenças autoimunes, como a tireoidite de Hashimoto e a doença de Graves. Esses autoanticorpos podem estar presentes por muitos anos antes que os sintomas clínicos do hipotireoidismo apareçam, devido à capacidade da tireoide de compensar a destruição celular sob a influência do TSH.

 O Que São os Anticorpos Anti-TPO?

Os anticorpos anti-TPO (antiperoxidase tireoidiana) são autoanticorpos que atacam a enzima tireoperoxidase, localizada na superfície das células da tireoide. Essa enzima é fundamental para a produção dos hormônios tireoidianos, T3 e T4, catalisando a oxidação do iodeto, essencial para a síntese hormonal. Quando os anticorpos anti-TPO estão elevados, ocorre um processo de destruição progressiva da tireoide, prejudicando seu funcionamento.

A Importância da Detecção dos Anticorpos Anti-TPO

A detecção dos anticorpos anti-TPO é o exame mais sensível para identificar doenças autoimunes da tireoide. Níveis elevados de anti-TPO são um indicador importante de tireoidite de Hashimoto, sendo observados em cerca de 90% dos casos. Na doença de Graves, esses anticorpos também estão presentes em até 60 a 80% dos pacientes.

Esse exame é essencial para diferenciar entre doenças autoimunes da tireoide e outras condições, como bócio ou hipotireoidismo não autoimunes. Ele permite que os médicos realizem um diagnóstico mais preciso, orientando o tratamento adequado.

Anti-TPO Alto: O Que Significa?

Quando o nível de anti-TPO é elevado, isso indica a presença de um ataque autoimune à tireoide. Os anticorpos anti-TPO atacam a tireoperoxidase, prejudicando a produção dos hormônios tireoidianos. Isso ocorre especialmente em doenças como a tireoidite de Hashimoto, onde a produção desses anticorpos está presente em cerca de 90% dos casos, confirmando a natureza autoimune da condição.

Esses autoanticorpos também são encontrados na doença de Graves, uma condição de hipertireoidismo autoimune. O anti-TPO elevado pode, portanto, ser um marcador de hipotireoidismo ou hipertireoidismo, dependendo da doença subjacente.

Sintomas de tireoperoxidase (TPO) Alto

Os sintomas de TPO alto variam conforme a condição tireoidiana do paciente. Em doenças como a tireoidite de Hashimoto, os sintomas são típicos de hipotireoidismo, como:

  • Fadiga extrema
  • Ganho de peso
  • Sensação de frio
  • Perda de cabelo
  • Alterações no humor e depressão

Já na doença de Graves, os sintomas refletem um quadro de hipertireoidismo, como:

  • Perda de peso inexplicável
  • Palpitações
  • Ansiedade
  • Sensação de calor

Anticorpo Antiperoxidase Elevado: O Que Significa?

Níveis elevados de anticorpos antiperoxidase indicam que o corpo está atacando a tireoide, como ocorre em doenças autoimunes. Esses anticorpos destroem as células tireoidianas, comprometendo a capacidade da tireoide de produzir hormônios tireoidianos. Esse processo inflamatório pode evoluir para hipotireoidismo, uma vez que o tecido tireoidiano funcional é progressivamente destruído.

A presença desses anticorpos também está fortemente associada à tireoidite histológica, ou seja, a inflamação crônica da tireoide detectada através de exame microscópico. Mesmo que a doença autoimune possa estar presente por anos antes que os sintomas se manifestem, o anti-TPO elevado é um importante sinal precoce de que algo está errado.

Valores de Referência para Anti-TPO

A seguir, apresentamos uma tabela com os valores de referência para o anticorpo anti-TPO. É importante ressaltar que esses valores podem variar entre os laboratórios, devido às diferenças nos métodos de análise utilizados. Portanto, sempre siga os valores de referência fornecidos pelo laboratório onde você realizou seu exame. No entanto, de forma geral, os valores sofrem poucas variações entre eles, que são:

ExameValor NormalElevadoMuito Elevado
Anti-TPOInferior a 9,0 UI/mLEntre 9,0 a 20,0 UI/mLEntre 20,0 a 60,0 UI/mL

Níveis elevados, especialmente acima de 60,0 UI/mL, são indicativos de uma doença autoimune da tireoide em estágio avançado.

Como o Anti-TPO se Relaciona com a Função Tireoideana?

Os anticorpos anti-TPO são produzidos quando o sistema imunológico identifica a tireoperoxidase como uma ameaça e começa a atacá-la. Isso prejudica a capacidade da tireoide de sintetizar os hormônios T3 e T4. Em estágios iniciais, a tireoide pode compensar, mas à medida que mais tecido é destruído, os sintomas de hipotireoidismo ou hipertireoidismo se tornam evidentes.

Anti-TPO Alto: Como Baixar?

Não há um tratamento específico para reduzir diretamente os níveis de anti-TPO, mas controlar a doença autoimune subjacente pode ajudar. O tratamento geralmente envolve:

  • Reposição de hormônios tireoidianos, como a levotiroxina, no caso de hipotireoidismo.
  • Terapia anti-inflamatória e mudanças na dieta podem ajudar a reduzir a inflamação associada a essas condições.

O acompanhamento médico contínuo é importante para monitorar a progressão da doença e ajustar o tratamento conforme necessário.

Quais Exames Fazer Para Melhor Avaliação?

Para uma avaliação mais completa da função tireoidiana e para confirmar doenças autoimunes da tireoide, além do exame de anticorpos anti-TPO, é recomendado realizar os seguintes exames:

  • TSH (Hormônio Estimulante da Tireoide): Avalia o funcionamento geral da tireoide e a resposta do corpo aos hormônios tireoidianos.
  • T4 Livre: Mede a quantidade de tiroxina (T4) livre no sangue, o principal hormônio produzido pela tireoide.
  • T3 Livre: Mede os níveis de triiodotironina (T3), o hormônio mais ativo da tireoide, indicando a conversão adequada de T4 em T3.
  • T3 Reverso (rT3): Analisa a forma inativa do T3. Um desequilíbrio entre T3 livre e T3 reverso pode indicar disfunção na conversão hormonal, o que é relevante em casos de hipotireoidismo.
  • Anti-Tireoglobulina (Anti-Tg): Detecta outros anticorpos autoimunes presentes em doenças como a tireoidite de Hashimoto e doença de Graves.
  • Ultrassonografia da Tireoide: Avalia a presença de nódulos, inflamação ou aumento da tireoide (bócio).

Esses exames, em conjunto, fornecem uma visão mais abrangente da função e estrutura da tireoide, permitindo um diagnóstico mais preciso.

Conclusão

O exame de anti-TPO é fundamental para o diagnóstico de doenças autoimunes da tireoide, como a tireoidite de Hashimoto e a doença de Graves. Ele é o teste mais sensível para identificar a presença de autoanticorpos que atacam a tireoide, muitas vezes anos antes que os sintomas clínicos se manifestem. Ao detectar esses anticorpos, é possível diferenciar entre doenças autoimunes e outros distúrbios da tireoide, permitindo um tratamento mais direcionado e eficaz.

Se você recebeu um diagnóstico de anti-TPO elevado, é essencial procurar um endocrinologista para um acompanhamento adequado, a fim de controlar os sintomas e prevenir complicações a longo prazo.

Chrysostomides, S. M., & Pappa, T. (2018). Thyroid peroxidase antibodies in autoimmune thyroid disease: Clinical significance and pathogenesis. Hormones, 17(2), 179-190. doi:10.1007/s42000-018-0039-3

Wang, C., Crapo, L. M. (1997). The epidemiology of thyroid disease and implications for screening. Endocrinology and Metabolism Clinics of North America, 26(1), 189-218. doi:10.1016/S0889-8529(05)70240-0

16241403396894-a12985antitpo.pdf (biosystemsne.com.br)

Pearce, E. N., et al. (2013). Thyroid peroxidase antibodies and subsequent thyroid failure: A 20-year prospective study of 704 women in the Whickham Survey. Journal of Clinical Endocrinology & Metabolism, 98(2), 581-589. doi:10.1210/jc.2012-2967

Vanderpump, M. P. J. (2011). The epidemiology of thyroid disease. British Medical Bulletin, 99(1), 39-51. doi:10.1093/bmb/ldr030

American Thyroid Association (ATA). (2016). Guidelines for the diagnosis and management of thyroid disease. Thyroid, 26(1), 1-133. Available at: https://www.thyroid.org/

BRENT, G. A. Mechanisms of thyroid hormone action. The Journal of Clinical Investigation, v. 122, n. 9, p. 3035-3043, 2012. DOI: 10.1172/JCI60047.

MANCINI, A.; RAIMONDO, S.; DI SEGNI, C.; SILVESTRINI, A. Thyroid hormones, oxidative stress, and inflammation. Mediators of Inflammation, 2015. DOI: 10.1155/2015/626710.

PEETERS, R. P.; WOUTERS, P. J.; KAPTEIN, E.; VAN TOOR, H.; VISSER, T. J.; VAN DEN Berghe, G. Reduced activation and increased inactivation of thyroid hormone in tissues of critically ill patients. The Journal of Clinical Endocrinology & Metabolism, v. 88, n. 7, p. 3202-3211, 2003. DOI: 10.1210/jc.2002-021749.

Dúvidas Frequentes

Rolar para cima