Peptídeo C: Para que serve o exame?

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Peptídeo C: Para que serve o exame? É um teste laboratorial fundamental para avaliar a função das células beta do pâncreas, responsáveis pela produção de insulina. Muito utilizado na investigação de diferentes tipos de diabetes, esse exame ajuda a distinguir entre diabetes tipo 1 e tipo 2, além de indicar a presença de resistência à insulina ou avaliar a produção endógena desse hormônio.

Neste artigo, vou te explicar para que serve o exame de peptídeo C, quais são seus valores normais, o que significam os resultados altos ou baixos, e como ele se relaciona com o diagnóstico e acompanhamento do diabetes tipo 1 e tipo 2.

O que é o peptídeo C?

O peptídeo C é uma substância liberada pelo pâncreas em quantidades equivalentes à insulina. Sempre que o organismo produz insulina, o peptídeo C é liberado na mesma proporção. Por isso, a dosagem dessa substância no sangue é uma forma confiável de medir a produção endógena de insulina.

Exame de peptídeo C: para que serve?

O exame de peptídeo C é utilizado para:

  • Avaliar a produção de insulina pelo pâncreas;

  • Auxiliar no diagnóstico diferencial entre diabetes tipo 1 e diabetes tipo 2;

  • Investigar a causa de hipoglicemias (baixa de glicose no sangue);

  • Monitorar a função das células beta após transplante pancreático ou uso de medicamentos que estimulam o pâncreas;

  • Avaliar a resistência à insulina, especialmente em pessoas com obesidade ou síndrome metabólica.

Se você está se perguntando exame peptídeo C para que serve, a resposta é simples: ele indica se o seu pâncreas ainda consegue produzir insulina, e em que quantidade.

Valores de referência do peptídeo C

Os valores normais de peptídeo C variam conforme o laboratório, mas, geralmente, o intervalo de referência mais aceito é:

Peptídeo C: 1,10 a 4,40 ng/mL

Esses valores são interpretados com outros exames, como a glicemia e a insulina. A seguir, veja o que significa quando os níveis estão fora do normal.

Peptídeo C baixo: o que pode indicar?

Quando o resultado do exame mostra peptídeo C baixo, isso geralmente indica que o pâncreas não está produzindo insulina adequadamente. Essa condição é comum em:

  • Diabetes tipo 1, especialmente em fases mais avançadas da doença;

  • Doenças autoimunes que afetam o pâncreas;

  • Após remoção parcial ou total do pâncreas;

  • Uso prolongado de insulina exógena (em alguns casos).

No diabetes tipo 1, o sistema imunológico destrói as células beta do pâncreas, levando à produção deficiente de insulina e, consequentemente, de peptídeo C.

Peptídeo C alto: quando isso acontece?

Um resultado de peptídeo C alto pode indicar:

  • Diabetes tipo 2 em fase inicial ou com resistência à insulina;

  • Presença de tumores no pâncreas (insulinomas);

  • Uso de medicamentos que estimulam a secreção de insulina;

  • Síndrome metabólica ou obesidade;

  • Doença renal crônica (por acúmulo da substância no organismo).

No diabetes tipo 2, o pâncreas geralmente continua produzindo insulina, mas o organismo não a utiliza de forma eficaz. Isso leva a níveis elevados de peptídeo C, especialmente se o paciente estiver acima do peso.

Peptídeo C e o diagnóstico do diabetes

O exame de peptídeo C é uma ferramenta essencial para diferenciar os tipos de diabetes:

Peptídeo C no diabetes tipo 1

  • Geralmente baixo ou indetectável;

  • Indica falência na produção de insulina;

  • Auxilia na decisão de iniciar ou manter o uso de insulina injetável;

  • É importante para confirmar casos de LADA (diabetes autoimune latente em adultos).

Peptídeo C no diabetes tipo 2

  • Geralmente normal ou elevado, principalmente nos estágios iniciais;

  • Confirma que há produção de insulina, embora possa haver resistência;

  • Indica a possibilidade de controle com dieta, exercícios e medicamentos orais.

Quando fazer o exame de peptídeo C?

Seu médico pode solicitar o exame de peptídeo C nas seguintes situações:

  • Suspeita de diabetes em crianças, adolescentes ou adultos;

  • Casos em que não está claro se o paciente tem diabetes tipo 1 ou 2;

  • Avaliação de hipoglicemias sem causa aparente;

  • Monitoramento de pacientes com transplante pancreático;

  • Investigação de resistência à insulina.

O exame é realizado por coleta de sangue, preferencialmente em jejum, embora em alguns casos ele possa ser feito após estímulo com glicose (teste estimulado).

Conclusão

Saber para que serve o exame de peptídeo C é fundamental para entender melhor o funcionamento do pâncreas e o tipo de diabetes que você pode ter. O exame ajuda a guiar o tratamento mais adequado e pode evitar o uso desnecessário de insulina.

Se você está em dúvida sobre seu diagnóstico ou quer uma avaliação mais precisa da função pancreática, converse com seu médico sobre a possibilidade de realizar esse exame. Lembre-se: interpretar corretamente os níveis de peptídeo C pode mudar o rumo do seu tratamento.

 
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