Magnésio Exame: Níveis Altos ou Baixos, Entenda os Resultados

magnesio-exame-niveis-altos-ou-baixos-entenda-os-resultados-saude-diagnostica

O exame de magnésio monitora os níveis desse mineral essencial no sangue. O corpo utiliza o magnésio em diversas reações enzimáticas, como a glicólise (quebra da glicose), respiração celular e o transporte de cálcio através das membranas celulares.

Além disso, o magnésio sustenta a saúde muscular e nervosa, influenciando diretamente no equilíbrio de sódio, potássio e absorção do cálcio. Portanto, entender os níveis de magnésio no organismo é fundamental para garantir um funcionamento adequado.

Neste artigo, vou te explicar a importância do exame de magnésio, desde os valores de referência e níveis anormais, até a regulação desse mineral no corpo e as condições resultantes de desequilíbrios. A seguir, vamos explorar o que é o magnésio e quais são suas funções essenciais no organismo.

O Que é Magnésio, e Para Que Serve?

O magnésio é um mineral essencial que fortalece a saúde e atua em mais de 300 processos bioquímicos no organismo. Ele regula funções vitais, como:

  • Produção de energia (ATP)
  • Síntese de proteínas
  • Função muscular e contração
  • Transmissão de sinais nervosos
  • Controle da glicose no sangue
  • Fortalecimento dos ossos
  • Regulação da pressão arterial

Adicionalmente, esse mineral é essencial para prevenir doenças cardiovasculares, como arritmias, e participa do sistema imunológico. Por essa razão, sua manutenção em níveis adequados é vital para a saúde.

Importância do Magnésio Para o Sistema Imunológico

O magnésio contribui para a integridade das membranas celulares e modula a resposta imunológica. Ele atua como um anti-inflamatório natural, reduzindo os danos causados por radicais livres e promovendo a diferenciação de células imunes, ajudando a fortalecer o sistema imunológico.

 Dessa forma, esse mineral não somente dar suporte a saúde física, mas também contribui para regulação do organismo e bem-estar geral.

Magnésio e Regulação Corporal

O magnésio atua como cofator enzimático em diversas reações metabólicas, especialmente no transporte de cálcio através das membranas celulares e na respiração celular.

 Além disso, ele é regulado principalmente pelos rins, que ajustam sua eliminação com base nas necessidades do corpo. O hormônio da paratireoide (PTH) também influencia a reabsorção de cálcio e magnésio, afetando diretamente os níveis de ambos no organismo. 

Assim, a excreção excessiva de magnésio ou sua má absorção pode causar desequilíbrios, levando a condições como hipomagnesemia (Níveis baixos) ou hipermagnesemia (Níveis altos).

Magnésio e Produção de Energia (ATP)

O magnésio desempenha um papel importante na produção de energia celular ao participar da formação de Adenosina Trifosfato (ATP), a principal fonte de energia das células. Portanto, a presença do magnésio é fundamental para a ativação de enzimas envolvidas na maioria das funções metabólicas.

Magnésio na Ativação da Vitamina D e Absorção de Cálcio

O magnésio é essencial para a ativação da vitamina D, que regula a absorção de cálcio no intestino. Sem magnésio, a vitamina D não pode exercer plenamente seu papel, o que pode levar a condições como osteoporose e raquitismo, caracterizadas por ossos fracos. Assim, a relação entre magnésio, vitamina D e cálcio é crucial para a saúde óssea.

Magnésio e Saúde Mental

Estudos demonstram que níveis baixos de magnésio estão associados ao aumento de sintomas de depressão e ansiedade.

Isso ocorre porque ele regula neurotransmissores, como a serotonina, e suas propriedades anti-inflamatórias ajudam a reduzir o estresse oxidativo, fatores cruciais para a saúde mental. Consequentemente, manter níveis adequados pode ter um impacto positivo no bem-estar emocional.

O Que é o Exame de Magnésio?

O exame quantifica a concentração desse mineral no sangue, desempenhando um papel fundamental no diagnóstico de hipomagnesemia (níveis baixos) e hipermagnesemia (níveis altos).

Além disso, esse exame pode ser complementado por testes renais, como os exames de ureia e creatinina, ou por avaliações intestinais, ajudando a identificar possíveis problemas de absorção. Dessa forma, uma avaliação abrangente possibilita um diagnóstico mais preciso e um direcionamento adequado para o tratamento.

Para compreender melhor os resultados do exame de magnésio, é essencial conhecer os valores de referência, que indicam o intervalo normal para a concentração desse mineral no sangue. Abaixo, apresentamos uma tabela com os valores normais de magnésio de acordo com diferentes faixas etárias:

Valores de Referência do Exame de Magnésio

Os valores de referência variam conforme a faixa etária e o laboratório. Abaixo, uma tabela com os valores normais:

Faixa EtáriaValores de Referência
1 a 5 meses1,5 a 2,2 mg/dL
5 meses a 6 anos1,7 a 2,3 mg/dL
6 a 12 anos1,7 a 2,1 mg/dL
Adultos1,7 a 2,4 mg/dL
Hipomagnesemia< 1,7 mg/dL (Adultos)
Hipermagnesemia> 2,4 mg/dL (Adultos)

Exame de Magnésio Precisa de Jejum?

Na maioria das vezes, o jejum não é necessário, mas pode ser solicitado pelo médico para garantir a precisão dos resultados. Portanto, sempre siga as orientações do profissional de saúde ou laboratório antes de realizar o exame.

O Que Significa Ter Níveis Altos ou Baixos de Magnésio?

Alterações nos níveis de magnésio no sangue podem indicar desequilíbrios que afetam diversos sistemas do corpo, algumas causas mais comuns, são: 

Hipermagnesemia (Níveis Altos)

Nível de MagnésioCausas ComunsSintomas
> 2,4 mg/dL– Insuficiência renal– Náuseas
 – Desidratação severa– Fraqueza muscular
 – Acidose diabética grave– Pressão arterial baixa
 – Doença de Addison– Paradas cardíacas em casos graves

Hipomagnesemia (Níveis Baixos)

Nível de MagnésioCausas ComunsSintomas
< 1,7 mg/dL– Diabetes– Fraqueza muscular
 – Alcoolismo crônico– Espasmos
 – Má absorção de nutrientes– Convulsões
 – Uso excessivo de diuréticos– Alterações no ritmo cardíaco
 – Pancreatite aguda 

Complicações Causadas pelo Excesso de Magnésio no Organismo

Quando os níveis de magnésio no sangue ultrapassam o normal, o organismo pode sofrer consequências sérias. A seguir, detalhei algumas delas, conheça as principais condições clínicas associadas à hipermagnesemia, o excesso de magnésio circulante no corpo.

Queda de Pressão Arterial (Hipotensão)

O magnésio em excesso relaxa excessivamente os vasos sanguíneos, o que pode reduzir perigosamente a pressão arterial. Isso causa sintomas como:

  • Tontura
  • Fraqueza
  • Visão turva
  • Desmaios.

Alterações no Ritmo Cardíaco (Arritmias Cardíacas)

Altos níveis de magnésio podem desorganizar a atividade elétrica do coração, resultando em batimentos irregulares ou lentos. Essas arritmias aumentam o risco de eventos cardíacos graves.

Falência Cardíaca Súbita (Parada Cardiorrespiratória)

Em situações críticas, o excesso de magnésio pode levar à parada do coração, impedindo a circulação sanguínea adequada. É uma emergência médica que requer intervenção imediata.

Comprometimento da Respiração (Depressão Respiratória)

O magnésio elevado, pode afetar também os músculos que controlam a respiração, tornando-a lenta, superficial ou até interrompida. Esse quadro pode evoluir rapidamente se não tratado.

Trânsito Intestinal Lento (Íleo Paralisado ou Paralisia Intestinal)

O sistema digestivo também é impactado, o excesso de magnésio pode reduzir a atividade dos músculos intestinais, levando a:

  • Constipação intensa
  • Distensão abdominal
  • Mal-estar

Perda de Consciência (Coma)

Em casos extremos, a hipermagnesemia (Magnésio alto) pode afetar profundamente o sistema nervoso central, levando à perda total de consciência (coma). O tratamento urgente é essencial para evitar danos permanentes.

Tratamentos Para Desequilíbrios de Magnésio

Hipomagnesemia (Magnésio Baixo)

O tratamento geralmente inclui suplementação de magnésio, por via oral ou intravenosa, segue algumas orietações abaixo:

  • Suplementos orais
    Usados em casos leves, como cloreto ou citrato de magnésio. Sempre com orientação médica.

  • Reposição intravenosa
    Feita no hospital com sulfato de magnésio, em casos graves com sintomas como arritmias ou convulsões.

  • Alimentação rica em magnésio
    Inclui vegetais verdes escuros, castanhas, banana, abacate, sementes e leguminosas.

  • Tratar a causa
    É essencial corrigir o motivo da deficiência, como uso de diuréticos, alcoolismo ou doenças intestinais.

Hipermagnesemia (Magnésio Alto)

O tratamento da hipermagnesemia depende da gravidade da condição. Em casos leves, a diminuição ou interrupção do uso de suplementos de magnésio pode ser suficiente. No entanto, em casos mais graves, o tratamento pode incluir:

  • Hidratação intravenosa: para eliminar o magnésio em excesso através da urina.

  • Uso de diuréticos: ajuda aumentar a eliminação renal de magnésio.

  • Cálcio intravenoso: serve neutralizar os efeitos do magnésio no sistema cardíaco e nervoso.

  • Diálise: Em casos extremos, a diálise pode ser necessária para remover o excesso de magnésio.

Conclusão

O exame de magnésio é uma ferramenta valiosa para avaliar a saúde geral e identificar precocemente possíveis desequilíbrios. Manter níveis adequados desse mineral é fundamental para o bom funcionamento dos músculos e nervos, o equilíbrio cardíaco e até mesmo para a saúde mental.

Por isso, recomendo o acompanhamento médico regular e a realização periódica de exames laboratoriais, ao serem essenciais para prevenir complicações e garantir mais qualidade de vida.

 

DiNicolantonio, J. J., O’Keefe, J. H., & Wilson, W. (2018).
Subclinical magnesium deficiency: A principal driver of cardiovascular disease and a public health crisis. Open Heart, 5(1), e000668.

Nacional Institutes of Health (NIH) – Magnesium
 https://ods.od.nih.gov/factsheets/Magnesium-HealthProfessional/

Mayo Clinic – Magnesium Test
Disponível em: https://www.mayoclinic.org/tests-procedures/magnesium-test/about/pac-20384910

MedlinePlus – Magnesium in Blood
 https://medlineplus.gov/ency/article/003487.htm

Saris, N. E., Mervaala, E., Karppanen, H., Khawaja, J. A., & Lewenstam, A. (2000).

Magnesium: An update on physiological, clinical, and analytical aspects. Clinica Chimica Acta, 294(1-2), 1-26.

Barbagallo, M., & Dominguez, L. J. (2010). Magnesium and aging. Current Pharmaceutical Design, 16(7), 832-839.

Dúvidas Frequentes

plugins premium WordPress
Rolar para cima