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Hemograma completo: Para Que Serve, Resultados e valores.

Índice

Na minha prática como biomédico patologista clínico, o hemograma completo é um dos exames laboratoriais mais solicitados. Ele fornece uma visão abrangente da saúde geral do paciente, avaliando componentes importantes do sangue, como glóbulos vermelhos, glóbulos brancos e plaquetas. Este exame é essencial para a detecção e monitoramento de diversas condições de saúde, incluindo anemias, infecções, inflamações, distúrbios de coagulação e doenças hematológicas. 

Componentes do Hemograma Completo 

O hemograma completo é dividido em três partes principais: 

  • Eritrograma: Avaliação dos glóbulos vermelhos. 
  • Leucograma: Avaliação dos glóbulos brancos. 
  • Plaquetograma: Avaliação das plaquetas. 
  1. Eritrograma

1.1 Hemácias

As hemácias são células responsáveis pelo transporte de oxigênio dos pulmões para os tecidos e dióxido de carbono dos tecidos para os pulmões. 

Componente 

Valores de Referência (Homens) 

Valores de Referência (Mulheres) 

Hemácias 

4,5 a 5,9 milhões/mm³ 

4,1 a 5,1 milhões/mm³ 

Hemácias baixa o Que Pode Ser? 

Quando o número de hemácias está baixo, o corpo não recebe oxigênio suficiente para funcionar adequadamente. Isso pode levar a uma condição chamada anemia

  • Possíveis causas: deficiência de ferro, ácido fólico ou vitamina B12, perda de sangue devido a acidentes, cirurgias, menstruações intensas ou úlceras gástricas. 
  • Sintomas: fadiga, fraqueza, falta de ar, palidez, tonturas, vertigens, dores de cabeça, mãos, pés frios, irritabilidade, dificuldade de concentração e palpitações cardíacas. 

Hemácias Altas o Que Pode Ser? 

Ter muitas hemácias torna o sangue mais espesso, o que pode dificultar o fluxo sanguíneo pelos vasos. Isso pode levar a uma série de problemas de saúde.  

  • Possíveis causas: desidratação, policitemia vera (embora seja uma doença rara do sangue), tabagismo, grandes altitudes, doenças pulmonares, como DPOC (doença pulmonar obstrutiva crônica). 
  • Sintomas:  dor de cabeça, tontura, fadiga, visão turva, vermelhidão na pele (especialmente no rosto), coceira na pele (principalmente após um banho quente), suores noturnos, pressão alta, sangramento nasal ou gengival, falta de ar e aumento do baço. 

1.2 Hemoglobina 

A hemoglobina é a proteína dentro das hemácias que transporta oxigênio. Ela captura o oxigênio nos pulmões e o transporta até as células do corpo, onde é utilizado na produção de energia. Além disso, a hemoglobina também transporta uma pequena parte do dióxido de carbono produzido pelas células de volta aos pulmões para ser eliminado, e também ajuda a manter o pH sanguíneo dentro de uma faixa normal que varia entre 7,35 a 7,45.

Componente 

Valores de Referência (Homens) 

Valores de Referência (Mulheres) 

Hemoglobina 

13,5 a 17,5 g/dL 

12,0 a 15,5 g/dL 

O que significa hemoglobina baixa?

 

Hemoglobina baixa geralmente indica um quadro de anemia. A anemia ocorre quando o corpo não tem glóbulos vermelhos saudáveis em quantidade suficiente para transportar oxigênio adequadamente para os tecidos. 

  • Possíveis causas: Anemia por deficiência de ferro, vitamina B12 ou folato, perda de sangue devido a acidentes, cirurgias, menstruações intensas ou úlceras gástricas. 
  • Sintomas:  fadiga, fraqueza, falta de ar, palidez (pele, mucosas e unhas), tonturas ou vertigens, dores de cabeça, mãos e pés frios, batimentos cardíacos rápidos (taquicardia), dor no peito. 

Qual o risco de hemoglobina alta?

 

A hemoglobina alta indica que há uma maior concentração dessa proteína no sangue. Isso pode acontecer por dois motivos principais: Aumento na produção de glóbulos vermelhos, onde o corpo passa a produzir mais hemácias, ou Diminuição do volume plasmático, A parte líquida do sangue (plasma). 

  • Possíveis causas: desidratação, policitemia vera (embora seja uma doença rara do sangue), tabagismo, grandes altitudes, doenças pulmonares, como DPOC (doença pulmonar obstrutiva crônica). 
  • Sintomas: dor de cabeça, tonturas, fadiga, visão turva, vermelhidão na pele (principalmente no rosto), coceira na pele, sudorese excessiva, aumento da pressão arterial e sangramento nasal ou nas gengivas. 

1.3 Hematócrito 

O hematócrito é a proporção do volume sanguíneo ocupada pelas hemácias. Costumo explicar dessa forma para melhor entendimento, imagine o sangue como um líquido composto por células e plasma (parte líquida do sangue). O hematócrito indica qual a proporção desse líquido é ocupada pelas hemácias. É usado para diagnosticar anemia e outras condições.  

Componente 

Valores de Referência (Homens) 

Valores de Referência (Mulheres) 

Hematócrito 

41% a 53% 

36% a 46% 

Hematócrito Baixo o Que Pode Ser? 

Quando o hematócrito baixo indica que há uma diminuição na quantidade de hemácias ou, mais frequentemente, na quantidade de hemoglobina (a proteína dentro das hemácias que transporta o oxigênio). Isso pode levar a uma condição chamada anemia, as causas mais comuns são: 

  • Possíveis causas: deficiência de ferro, vitamina B12 ou folato. Perda de sangue devido a acidentes, cirurgias, menstruações intensas ou úlceras gástricas. 
  • Sintomas: fadiga e fraqueza (devido à menor oferta de oxigênio para os tecidos), falta de ar (especialmente durante esforço físico), palidez (Principalmente na pele, mucosas como a parte interna da boca e unhas), tonturas ou vertigens, dores de cabeça e mãos e pés frios. 

Hematócrito Alto o Que Significa? 

Por outro lado, um hematócrito alto indica que há um aumento na quantidade de glóbulos vermelhos (hemácias) no sangue. Isso pode tornar o sangue mais espesso do que o normal, dificultando o seu fluxo pelos vasos sanguíneos, as causas mais comuns são:  

  • Possíveis causas: desidratação, policitemia vera, doenças pulmonares crônicas, como a doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC), doenças cardíacas congênitas, tabagismo, uso de certos medicamentos e apneia do sono. 
  • Sintomas: dor de cabeça, tonturas, fadiga, visão turva, vermelhidão na pele (principalmente no rosto), coceira na pele, sudorese excessiva, aumento da pressão arterial, sangramento nasal ou nas gengivas e falta de ar. 

1.4 Volume Corpuscular Médio (VCM) 

O VCM mede o tamanho médio das hemácias. Valores altos ou baixos podem indicar diferentes tipos de anemia. 

Componente 

Valores de Referência 

VCM 

80 a 100 fL 

VCM baixo é preocupante?

 

Quando o VCM está baixo, significa que as hemácias são menores do que o normal, condição conhecida como microcitose. Hemácias microcíticas não conseguem transportar oxigênio tão eficientemente quanto as hemácias de tamanho normal. Devido a isso, as principais causas de VCM baixo incluem:  

  • Possíveis causas: anemia ferropriva (deficiência de ferro), talassemia (uma doença genética que afeta a produção de hemoglobina), anemia sideroblástica (é um distúrbio na produção de hemoglobina que resulta em hemácias com acúmulo de ferro nas mitocôndrias) e algumas doenças crônicas.
  • sintomas: fadiga, fraqueza, falta de ar, palidez, tonturas, dores de cabeça, mãos e pés frios. 

VCM Alto o Que Significa? 

Um VCM alto indica que os glóbulos vermelhos estão maiores do que o normal. Essa condição é chamada de macrocitose

  • Possíveis causas: deficiência de vitamina B12 ou ácido fólico (folato), uso de alguns medicamentos, alcoolismo crônico, doenças da tireoide (hipotireoidismo), doenças hepáticas, mielodisplasia e reticulocitose (um aumento no número de reticulócitos (hemácias jovens). 
  • Sintomas: fadiga, fraqueza, falta de ar, palidez, formigamento ou dormência nas mãos e pés (comum na deficiência de B12). 

1.5 Hemoglobina Corpuscular Média (HCM) 

O HCM mede a quantidade média de hemoglobina presente em cada glóbulo vermelho (hemácia). Níveis alterados podem ajudar a diferenciar tipos de anemia. 

Componente 

Valores de Referência 

HCM 

27 a 33 pg 

O que acontece se o HCM estiver baixo?

 

Um HCM baixo indica que a quantidade de hemoglobina dentro das hemácias está abaixo do normal. Isso significa que as hemácias têm menos hemoglobina do que deveriam, o que as torna menores e mais pálidas (hipocrômicas). Essa condição é chamada de hipocromia

  • Possíveis causas: deficiência de ferro (anemia ferropriva), talassemia (Um grupo de doenças genéticas que afetam a produção de hemoglobina), anemia sideroblástica (um distúrbio na produção de hemácias no qual o ferro não é incorporado adequadamente à hemoglobina), doenças crônicas (algumas doenças crônicas, como infecções crônicas, doenças inflamatórias e câncer), podem interferir no metabolismo do ferro e levar a uma diminuição do HCM. 
  • Sintomas: fadiga, fraqueza, falta de ar, palidez, tonturas, dor de cabeça, frio nas extremidades mãos e pés. 

O que é HCM alto?

 

Por outro lado, um HCM alto indica que a quantidade média de hemoglobina dentro dos glóbulos vermelhos (hemácias) está acima do normal. Essa condição é chamada de hipercromia. Os glóbulos vermelhos, nesse caso, tendem a ser maiores e mais corados (mais vermelhos). 

  • Possíveis causas: deficiência de vitamina B12 ou ácido fólico (folato), alcoolismo crônico, doenças hepáticas, hipotireoidismo, quimioterapia e síndrome mielodisplásica. 
  • Sintomas: fadiga, fraqueza, falta de ar, palidez e formigamento ou dormência nas mãos e pés (principalmente na deficiência de B12). 

1.6 Concentração de Hemoglobina Corpuscular Média (CHCM) 

A CHCM mede a concentração média de hemoglobina dentro de cada hemácias, em outras palavras, ele indica a proporção da hemácia que é preenchida por hemoglobina. 

Componente 

Valores de Referência 

CHCM 

30% a 35% 

CHCM Baixo o que significa? 

Um CHCM baixo indica que a concentração média de hemoglobina dentro dos glóbulos vermelhos está abaixo do normal. Essa condição é chamada de hipocromia. Os glóbulos vermelhos, nesse caso, apresentam uma coloração mais clara (menos vermelha) do que o normal, pois contêm menos hemoglobina. 

  • Possíveis causas: deficiência de ferro (anemia ferropriva), talassemia (um grupo de doenças genéticas que afetam a produção de hemoglobina), anemia sideroblástica (um distúrbio na produção de hemácias no qual o ferro não é incorporado adequadamente à hemoglobina), intoxicação por chumbo (o chumbo pode interferir na produção de hemoglobina e doenças crônicas (algumas doenças crônicas, como infecções crônicas, doenças inflamatórias e câncer). 
  • Sintomas: fadiga, fraqueza, falta de ar, palidez, tonturas, dores de cabeça, mãos e pés frios. 

O que acontece se o CHCM estiver alto?

 

Um CHCM alto significa que a concentração de hemoglobina dentro das hemácias está acima do normal. As hemácias, nesse caso, são chamadas de hipercrômicas, ou seja, têm uma coloração mais intensa (mais vermelha) devido à maior quantidade de hemoglobina em seu interior. 

  • Possíveis causas: esferocitose hereditária (trata-se de uma doença genética que afeta a membrana das hemácias, tornando-as esféricas e menores), hipotireoidismo (em alguns casos), alcoolismo crônico, queimaduras graves ou até mesmo erros de laboratório. 
  • Sintomas: anemia (fadiga, palidez, falta de ar), icterícia (pele e olhos amarelados), aumento do baço (esplenomegalia) e cálculos biliares (Pedras na vesícula). 

1.7 Amplitude de Distribuição dos Eritrócitos (RDW) 

O RDW mede a variação no tamanho dos glóbulos vermelhos (hemácias). Em outras palavras, ele indica se as hemácias têm tamanhos uniformes ou se há uma grande diferença entre elas. 

Componente 

Valores de Referência 

RDW 

11,5% a 14,5% 

RDW Baixo o que significa? 

O RDW baixo significa que há pouca variação no tamanho das hemácias, ou seja, elas são relativamente uniformes em tamanho. Geralmente, um RDW baixo isolado não tem grande significado clínico. Ele se torna mais relevante quando analisado em conjunto com outros índices hematimétricos, como o VCM (Volume Corpuscular Médio). 

O que pode ser RDW alto?

 

Quando o RDW está alto, significa que há uma grande variação no tamanho das hemácias, ou seja, elas apresentam tamanhos muito diferentes entre si. Essa variação de tamanho é chamada de anisocitose

Classificação das Anemias 

Segue abaixo uma tabela que preparei com a classificação das anemias, para tornar o entendimento mais fácil e acessível.

Tipo de Anemia 

VCM 

HCM 

Possíveis Causas 

Microcítica Hipocrômica 

< 80 fL 

< 27 pg 

Anemia ferropriva (deficiência de ferro). 

Macrocítica Hipercrômica 

> 100 fL 

> 33 pg 

Anemia megaloblástica (deficiência de vitamina B12 ou folato). 

Normocítica Normocrômica 

80 a 100 fL 

27 a 33 pg 

Anemia hemolítica, anemia de doença crônica. 

  1. Leucograma

2.1 Leucócitos Totais 

Os leucócitos são células sanguíneas que defendem o organismo. A contagem de leucócitos totais mede a quantidade total de glóbulos brancos em uma amostra de sangue. Os leucócitos podem ser classificados de diversas maneiras, mas a divisão mais comum é em duas categorias principais:  

Granulócitos 

Os granulócitos são caracterizados pela presença de grânulos em seu citoplasma. Esses grânulos contêm enzimas e outras substâncias que auxiliam na defesa do organismo. Os granulócitos se dividem em três tipos:  

 

  • Neutrófilos São os leucócitos mais numerosos e os primeiros a chegar ao local de uma infecção.  
  • Eosinófilos: Relacionados principalmente a reações alérgicas e infecções parasitárias.  
  • Basófilos: Liberam histamina e outras substâncias que promovem a inflamação. Estão envolvidos em reações alérgicas e processos inflamatórios crônicos. 

Agranulócitos 

Os agranulócitos não possuem grânulos em seu citoplasma tão proeminentes quanto os granulócitos. São responsáveis pela imunidade específica, reconhecendo e atacando antígenos específicos. Existem três tipos principais de agranulócitos: 

 

  • Linfócitos B: Produzem anticorpos. 
  • Linfócitos T: Coordenam a resposta imune e atacam células infectadas. 
  • Células Natural Killer (NK): Destroem células tumorais e células infectadas por vírus 

Quando estão aumentados podem indicar a presença de uma infecção, inflamação, alergia ou outras condições médicas, vou detalhar cada um deles a seguir, antes disso, segue os valores de referências.

Componente 

Valores de Referência 

Leucócitos Totais 

4.000 a 11.000/mm³ 

Quando os leucócitos estão altos, o que significa?

 

Uma contagem elevada de leucócitos totais, superior a 11.000/µL em adultos, é denominada de leucocitose, e significa que o corpo está passando por um processo infeccioso.

  • Possíveis causas:  infecções (Bacterianas, virais ou fúngicas), inflamação (Aguda ou crônica), estresse (Físico ou emocional, menos comum), alergias, certos medicamentos, tabagismo, leucemia e outros distúrbios da medula óssea. 
  • Sintomas: febre, calafrios, tosse, dor de garganta, coriza, dores no corpo, fadiga, dor no local da infecção (ex: dor abdominal em caso de infecção urinária). 

Leucócitos baixos o que pode ser? 

Uma contagem baixa de leucócitos totais, inferior a 4.000/µL em adultos, é denominada de leucopenia. 

  • Possíveis causas: infecções graves com: (dengue, mononucleose infecciosa (causada pelo vírus Epstein-Barr), sarampo, rubéola, varicela (catapora) e hepatites virais (A, B e C), distúrbios autoimunes, doenças da medula óssea, quimioterapia, radioterapia, deficiências vitamínicas (como a deficiência de B12 ou ácido fólico), e certos medicamentos. 
  • Sintomas: febre, Infecções frequentes ou recorrentes, dor de garganta, aftas na boca, cansaço excessivo (fadiga), diarreia, manchas brancas ou vermelhas na boca, linfonodos inchados (ínguas), perda de peso e Sangramentos ou hematomas fáceis. 

2.2 Neutrófilos Segmentados 

Neutrófilos são o tipo mais abundante de glóbulos brancos, representando cerca de 50-70% dos leucócitos circulantes no sangue. Eles são a primeira linha de defesa do organismo contra infecções, principalmente bacterianas e fúngicas.

Além disso, são totalmente desenvolvidos, com núcleo segmentado em 2 a 5 lóbulos conectados por finas pontes. São os mais numerosos na circulação sanguínea. 

Componente 

Valores de Referência 

Neutrófilos Seg. 

1.500 a 7.500/mm³ (40% a 70%) 

O que significa neutrófilos segmentados aumentados?

 

Quando o número de neutrófilos segmentados está elevado, essa condição é chamada de neutrofilia. Ela pode ser um sinal de que o seu corpo está lutando contra alguma infecção, vejam as possíveis causas. 

  • Possíveis causas: infecções bacterianas (causa mais comum), inflamações (Processos inflamatórios, como artrite ou doenças autoimunes), queimaduras, traumas, câncer (alguns tipos), e uso de medicamentos (corticosteroides). 
  • Sintomas: febre, calafrios, tosse, dor de garganta, coriza, dores no corpo, fadiga, dor no local da infecção (ex: dor abdominal em caso de infecção urinária). 

Neutrófilos Segmentados Baixos o que Pode Ser? 

Por outro lado, a diminuição do número de neutrófilos segmentados é chamada de neutropenia. Ela pode ser causada por diversas condições, vamos ver a seguir. 

  • Possíveis causas: infecções virais (vírus como o HIV e dengue), doenças da medula óssea, quimioterapia, radioterapia, e até mesmo Deficiências nutricionais, como a falta de vitaminas e minerais. 
  • Sintomas: febre, Infecções frequentes ou recorrentes, dor de garganta, aftas na boca, cansaço excessivo (fadiga), diarreia, manchas brancas ou vermelhas na boca, linfonodos inchados (ínguas), perda de peso e Sangramentos ou hematomas fáceis. 

2.3 Neutrófilos Bastonetes 

Os neutrófilos bastonetes são formas jovens de neutrófilos que aumentam em infecções agudas, quando o nosso organismo enfrenta uma infecção ou processo inflamatório, a medula óssea, responsável pela produção de células sanguíneas, aumentam a produção de neutrófilos. Como a demanda é alta, muitos neutrófilos são liberados para a circulação sanguínea antes de atingirem a maturidade completa, ou seja, na forma de bastonetes (células jovens).

Componente 

Valores de Referência 

Neutrófilos Bastonetes 

100 a 400/mm³ (0% a 5%) 

Neutrófilos Bastonetes Altos, O que significa? 

São formas jovens de neutrófilos que aumentam em infecções agudas, devido a demanda de urgência para combater uma infecção. 

  • Possíveis causas: infecções bacterianas (causa mais comum), inflamações, Queimaduras, traumas, Câncer (alguns tipos). 
  • Sintomas: febre, calafrios, tosse, dor de garganta, coriza, dores no corpo, fadiga, dor no local da infecção.

2.4 Linfócitos 

Os linfócitos são responsáveis pela resposta imune adaptativa, eles reconhecem e combatem substâncias estranhas, como bactérias, vírus, fungos, parasitas e células cancerosas. Eles representam cerca de 25 a 45% dos leucócitos circulantes no sangue. 

Componente 

Valores de Referência 

Linfócitos 

1.500 a 4.000/mm³ (25% a 45%) 

O que significa quando os linfócitos estão altos?

 

Um aumento na contagem de linfócitos, conhecido como linfocitose, pode indicar diversas situações, como:  

  • Infecções virais: Como mononucleose infecciosa, coqueluche, citomegalovírus (CMV). 
  • Infecções bacterianas crônicas: Como tuberculose ou brucelose. 
  • Doenças autoimunes: Como artrite reumatoide ou lúpus eritematoso sistêmico. 
  • Leucemia linfocítica. 
  • Linfoma. 

Linfócitos Baixos o que significa? 

Uma diminuição na contagem de linfócitos, conhecida como linfocitopenia, pode indicar: 

  • Infecções virais: Como HIV/AIDS, dengue.
  • Doenças autoimunes: Como lúpus eritematoso sistêmico ou artrite reumatoide (em alguns casos). 
  • Doenças da medula óssea. 
  • Quimioterapia ou radioterapia. 
  • Desnutrição grave. 
  • Uso de alguns medicamentos. 
  • Doença de Hodgkin. 

2.5 Monócitos 

Os monócitos fagocitam patógenos e células mortas, além disso, são os maiores leucócitos presentes no sangue. Eles são produzidos na medula óssea e circulam na corrente sanguínea por um curto período de tempo (aproximadamente 1-3 dias). Em seguida, migram para os tecidos do corpo, onde amadurecem e se transformam em macrófagos ou células dendríticas

Componente 

Valores de Referência 

Monócitos 

200 a 1.000/mm³ (2% a 10%) 

O que é quando os monócitos estão altos?

 

Um aumento no número de monócitos (monocitose) pode indicar diversas condições, incluindo: 

  • Infecções: Especialmente infecções crónicas como tuberculose, endocardite bacteriana subaguda e algumas infecções parasitárias. 
  • Doenças inflamatórias crónicas: Como lúpus eritematoso sistémico, artrite reumatoide e doença inflamatória intestinal. 
  • Cancro: Algumas leucemias (especialmente a leucemia mielomonocítica crónica) e linfomas. 
  • Recuperação de uma infeção aguda. 
  • Stress. 
  • Após uma esplenectomia (remoção do baço). 

Monócitos Baixos o que significa? 

Uma diminuição no número de monócitos (monocitopenia) é menos comum do que a monocitose e pode estar associada a: 

  • Infeções graves (sépsis). 
  • Quimioterapia. 
  • Distúrbios da medula óssea (como anemia aplástica). 
  • Tratamento com glicocorticoides. 

2.6 Eosinófilos 

Os eosinófilos são células importantes do sistema imunológico, com um papel crucial na defesa contra parasitas e na participação em reações alérgicas (mais comum).

Componente 

Valores de Referência 

Eosinófilos 

100 a 400/mm³ (1% a 4%) 

O que pode ser eosinófilos altos?

 

Um aumento na contagem de eosinófilos, conhecido como eosinofilia, pode indicar: 

  • Alergias: Como rinite alérgica, asma, dermatite atópica e alergias alimentares. 
  • Infecções parasitárias: Como verminoses intestinais. 
  • Doenças da pele: Como eczema e psoríase. 
  • Doenças respiratórias: Como asma e síndrome de Churg-Strauss. 
  • Doenças autoimunes: Como lúpus eritematoso sistêmico e artrite reumatoide. 
  • Câncer: Como linfoma de Hodgkin e algumas leucemias. 
  • Reações a medicamentos. 

Eosinófilos Baixos o que significa? 

No entanto, a diminuição na contagem de eosinófilos, conhecida como eosinopenia, é comum, e significa que o organismo não está passando por nenhum processo alérgico ou parasitário. 

 2.7 Basófilos 

Basófilos são os leucócitos menos comuns no sangue, representando menos de 1% do total de glóbulos brancos.  Os basófilos participam de reações alérgicas ou parasitária. 

Componente 

Valores de Referência 

Basófilos 

0 a 100/mm³ (0% a 1%) 

O que significa basófilo aumentado?

 

Um aumento na contagem de basófilos, conhecido como basofilia, pode indicar: 

  • Alergias: Como rinite alérgica, asma e urticária. 
  • Infecções: Certas infecções, como algumas parasitárias. 
  • Doenças mieloproliferativas: Distúrbios da medula óssea, como leucemia mieloide crônica (LMC) e policitemia vera. 
  • Hipotireoidismo. 
  • Doenças inflamatórias crônicas. 

3.1 Plaquetas 

As plaquetas são produzidas na medula óssea a partir de células chamadas megacariócitos. Elas não são células completas, mas sim fragmentos citoplasmáticos sem núcleo. Sua principal função é a coagulação sanguínea, um conjunto de mecanismos que o organismo utiliza para controlar sangramentos. 

Componente 

Valores de Referência (Adultos e Crianças) 

Plaquetas 

150.000 a 450.000/mm³ 

Plaquetas Altas o que significa? 

Um aumento na contagem de plaquetas, conhecido como trombocitose, pode indicar: 

  • Infecções: Agudas ou crônicas. 
  • Inflamações: Como artrite reumatoide ou doença inflamatória intestinal. 
  • Deficiência de ferro (anemia ferropriva, comum em crianças).
  • Após cirurgias ou traumas. 
  • Doenças mieloproliferativas: Distúrbios da medula óssea, como trombocitemia essencial. 
  • Câncer. 

Plaquetas Baixas o que Indica? 

A diminuição na contagem de plaquetas, conhecida como trombocitopenia, pode indicar: 

  • Infecções virais: Como dengue, mononucleose infecciosa e HIV. 
  • Doenças autoimunes: Como púrpura trombocitopênica imune (PTI) e lúpus eritematoso sistêmico. 
  • Doenças da medula óssea: Como anemia aplásica e leucemias. 
  • Uso de alguns medicamentos. 
  • Quimioterapia. 
  • Deficiências nutricionais (como deficiência de vitamina B12 ou ácido fólico). 

Conclusão 

O hemograma completo é uma ferramenta diagnóstica essencial que fornece informações valiosas sobre a saúde geral do paciente. A interpretação dos resultados, em conjunto com a avaliação clínica e outros exames laboratoriais, é fundamental para o diagnóstico preciso e para o planejamento de um tratamento adequado. Compreender os componentes do hemograma e seus valores de referência permite uma análise detalhada e assertiva das condições de saúde, auxiliando na tomada de decisões clínicas. 

Veja aqui como interpretar os resultados.

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