Glicose Exame: Níveis Altos ou Baixos, Entenda

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Glicose Exame: Níveis Altos ou Baixos, Entenda tudo o que seu corpo está tentando mostrar através desse exame tão importante. Ele é essencial para avaliar o metabolismo dos carboidratos e diagnosticar ou monitorar condições como diabetes mellitus, hipoglicemia e resistência à insulina.

Neste artigo completo, vou te explicar detalhadamente como funciona o controle da glicose no organismo, quais são os tipos de exames utilizados (como glicemia em jejum, pós-prandial e hemoglobina glicada) e o que significam os resultados encontrados, com base em uma tabela atualizada de referência.

Além disso, você vai descobrir os tratamentos disponíveis, quando é indicado fazer o teste de curva glicêmica, especialmente durante a gestação, os sintomas mais comuns relacionados a níveis alterados de glicose no sangue e como a glicemia se relaciona com a hemoglobina glicada (HbA1c), indicador essencial no controle de longo prazo.

O que é Glicose?

Glicose é um tipo de carboidrato simples (monossacarídeo) que atua como a principal fonte de energia para as células do corpo. Ela é essencial para o funcionamento do cérebro e dos músculos, desempenhando um papel vital na manutenção da atividade metabólica. A glicose circula no sangue e é absorvida pelas células por meio da ação da insulina, um hormônio produzido pelo pâncreas.

Como é o Controle da Glicose no Corpo?

Durante o jejum, o fígado mantém a glicemia em níveis normais, liberando glicose conforme a necessidade. Porém, quando ingerimos carboidratos, a glicemia aumenta rapidamente, e o corpo responde com a liberação de insulina, um hormônio que promove a entrada da glicose nas células.

O que Acontece Com Níveis Baixos de Glicose?

Quando o nível de açúcar no sangue cai abaixo de 60 mg/dL, o corpo entra em estado de alerta. Essa condição é chamada de hipoglicemia e pode se manifestar de forma rápida e intensa. O sistema nervoso central é um dos primeiros a ser afetado, já que o cérebro depende da glicose como sua principal fonte de energia.

Por isso, é fundamental reconhecer os sinais precocemente e agir com rapidez. Com glicose exame: níveis altos ou baixos, entenda como identificar alterações e evitar consequências graves.

Principais Sintomas de Glicose Baixa:

  • Fraqueza muscular e sensação de desmaio iminente

  • Tremores, sudorese fria e palidez

  • Dificuldade de concentração e confusão mental

  • Falta de coordenação motora

  • Fome súbita e intensa

  • Palpitações ou taquicardia

  • Ansiedade, irritabilidade ou alterações de humor

Se a Glicose Chegar a 40 mg/dL?

Se a glicose no sangue cair para cerca de 40 mg/dL, caracteriza-se um quadro grave de hipoglicemia severa. Nessa condição, o cérebro não recebe glicose suficiente para funcionar adequadamente, resultando em sintomas neurológicos como confusão mental, fraqueza extrema, tremores, visão turva e perda de consciência.

Se não tratada rapidamente com glicose ou carboidratos de ação rápida, a hipoglicemia pode levar a convulsões, coma hipoglicêmico e, em casos mais graves, até à morte.

Niveis Altos de Glicose, o que Acontece? 

A glicose alta no sangue, chamada de hiperglicemia, ocorre quando os níveis de açúcar ultrapassam os valores ideais, geralmente acima de 99 mg/dL em jejum. Essa alteração pode não causar sintomas imediatos, mas, se não tratada, aumenta o risco de complicações sérias, como diabetes tipo 2, doenças cardiovasculares e danos aos nervos.

Na maioria das vezes, o corpo dá sinais de alerta. Por isso, é essencial prestar atenção e entender o que está acontecendo por meio do glicose exame: níveis altos ou baixos, entenda como ele pode ser a chave para um diagnóstico precoce.

Sintomas Comuns da Glicose Alta:

  • Sede excessiva e boca seca constante

  • Vontade de urinar com frequência (principalmente à noite)

  • Cansaço e sensação de fraqueza sem motivo aparente

  • Visão embaçada, principalmente após as refeições

  • Fome frequente, mesmo pouco tempo após comer

  • Feridas que demoram a cicatrizar

  • Formigamento ou dormência nas mãos e pés

  • Irritabilidade ou dificuldade de concentração

Quais os Riscos Da Glicose em 500mg/dL?

Quando a glicose no sangue atinge níveis próximos ou superiores a 500 mg/dL, configura-se um quadro de hiperglicemia severa, indicando risco de complicações graves, como cetoacidose diabética (CAD) em pessoas com diabetes tipo 1 ou estado hiperglicêmico hiperosmolar (EHH) em diabetes tipo 2. Esses estados são emergências médicas que podem causar desidratação intensa, confusão mental, perda de consciência e coma.

O corpo tenta eliminar o excesso de glicose pela urina, resultando em poliúria (urinar excessivamente) e polidipsia (sede intensa). Se não tratado rapidamente com insulina e reposição de fluidos, esses quadros podem ser fatais.

Causas de Hiperglicemia e Hipoglicemia

Hiperglicemia (Glicose Alta)

Está frequentemente associada ao diabetes mellitus, uma condição em que há deficiência de insulina ou resistência à sua ação. A glicemia elevada pode ultrapassar o limite renal, causando glicosúria (açúcar na urina).

Hipoglicemia (Glicose Baixa)

Pode ocorrer devido a doenças como insulinomas (tumores produtores de insulina), doença de Addison, ou após ingestão excessiva de álcool.

Diabetes Tipo 1 e Tipo 2: Entenda as Diferenças e Relações

Diabetes Mellitus Tipo 1

  • Causa: É uma doença autoimune em que o sistema imunológico ataca e destrói as células beta do pâncreas, responsáveis pela produção de insulina. Como resultado, o corpo produz pouca ou nenhuma insulina.
  • Idade de Início: Geralmente se manifesta na infância ou adolescência, mas pode ocorrer em adultos.
  • Tratamento: A insulina deve ser administrada diariamente para controlar os níveis de glicose no sangue, além de monitoramento constante da glicemia.
  • Características: Os sintomas podem aparecer rapidamente, incluindo sede excessiva, aumento da urina, fome extrema e perda de peso. O diabetes tipo 1 não está relacionado a fatores de estilo de vida.

Diabetes Mellitus Tipo 2

  • Causa: Resulta de uma combinação de resistência à insulina e produção insuficiente de insulina pelo pâncreas. Fatores genéticos e de estilo de vida, como obesidade e sedentarismo, desempenham um papel significativo.
  • Idade de Início: Geralmente se desenvolve em adultos, mas tem se tornado mais comum em crianças e adolescentes devido ao aumento da obesidade.
  • Tratamento: Pode ser gerido com mudanças na dieta, exercícios, medicamentos orais e, em alguns casos, insulina. O monitoramento da glicemia é igualmente importante.
  • Características: Os sintomas tendem a aparecer gradualmente e podem incluir fadiga, visão embaçada, e cicatrização lenta de feridas.

Relação entre Diabetes Tipo 1 e Tipo 2

Embora diabetes tipo 1 e tipo 2 tenham diferentes causas e mecanismos, ambas resultam em níveis elevados de glicose no sangue e podem levar a complicações semelhantes, como doenças cardíacas, neuropatia, e problemas renais, se não forem bem gerenciadas.

Além disso, o diabetes tipo 1 não pode ser prevenido, enquanto o tipo 2 muitas vezes pode ser evitado ou retardado por meio de intervenções no estilo de vida.

Tipos de Exames de Glicose

  • Glicemia em jejum: Coleta realizada após 8 a 12 horas sem ingestão de alimentos.
  • Glicemia pós-prandial: Medição duas horas após uma refeição para verificar a resposta do organismo.
  • Teste oral de tolerância à glicose (TOTG): Avalia a capacidade do corpo de metabolizar glicose ingerida, sendo usado para diagnóstico de diabetes e diabetes gestacional.
  • Hemoglobina glicada (HbA1c): Reflete a média da glicemia nos últimos 2 a 3 meses, fundamental no controle do diabetes.
  • O teste HGT (Hemoglucoteste) é um método rápido para medir os níveis de glicose no sangue, utilizado especialmente por pacientes diabéticos para monitoramento diário.

Tabela de Referência: Glicemia em Jejum

CategoriaValor de Glicose (mg/dL)
Normal70 a 99 mg/dL
Pré-diabetes100 a 125 mg/dL
Diabetes mellitus tipo 2Superior a 125 mg/dL

Curva Glicêmica para Gestantes

O teste oral de tolerância à glicose (TOTG) é realizado entre a 24ª e 28ª semana de gestação para diagnosticar diabetes gestacional.

Como é Feito o TOTG?

  1. Jejum: A paciente deve estar em jejum por 8 a 12 horas.
  2. Primeira coleta: Realiza-se a medição da glicemia basal em jejum.
  3. Ingestão de glicose: A paciente ingere uma solução contendo 75 g de glicose (DEXTROSOL).
  4. Novas coletas: São feitas uma hora e duas horas após a ingestão da glicose (DEXTROSOL).

Valores de Referência para o TOTG em Gestantes

Tempo de ColetaGlicemia Normal (mg/dL)
Jejum< 92 mg/dL
1 hora< 180 mg/dL
2 horas< 153 mg/dL

Interpretação dos Resultados

  • Normal: Todos os valores dentro dos limites de referência.
  • Diabetes gestacional: Confirmado se qualquer um dos valores estiver acima do limite.

A Relação entre Glicose e Hemoglobina Glicada (HBA1c)

A hemoglobina glicada (HbA1c) reflete a média dos níveis de glicose no sangue ao longo dos últimos 2 a 3 meses, sendo um exame essencial para o monitoramento de pacientes diabéticos.

Tabela de Referência para os Valores de HbA1c

HbA1c (%)Interpretação
< 5,7%Normal
5,7% – 6,4%Pré-diabetes
≥ 6,5%Diabetes mellitus

A combinação do teste de HbA1c com a glicemia de jejum e pós-prandial oferece uma visão completa do controle glicêmico.

Tratamento para Diabetes Tipo 1 e Tipo 2

O tratamento para diabetes tipo 1 e tipo 2 difere significativamente, pois cada tipo da doença tem causas e mecanismos distintos. Abaixo estão as principais formas terapêuticas para cada um:

Tratamento para Diabetes Tipo 1

Insulina:

Ação rápida: aplicada antes das refeições para controlar os picos de glicemia.

Ação longa: mantém os níveis estáveis ao longo do dia e da noite.

  • Monitoramento Contínuo: Sensores modernos oferecem leituras em tempo real, permitindo ajustes rápidos e mais segurança no dia a dia.
  • Educação e Autocuidado: Aprender a contar carboidratos, identificar sintomas de hipo e hiperglicemia e saber como agir em emergências é essencial para o controle da doença.
  • Exercício e Dieta Equilibrada: A atividade física regular aliada a uma alimentação saudável ajuda a manter a glicemia sob controle e promove bem-estar geral.

Tratamento para Diabetes Tipo 2

  • Dieta Balanceada: Priorize alimentos ricos em fibras, com baixo teor de açúcares e gorduras saturadas.
  • Exercício Regular: A prática de atividades físicas melhora a sensibilidade à insulina e ajuda a equilibrar os níveis de glicose.

Medicações Orais:

  • Metformina: Reduz a produção de glicose no fígado e aumenta a sensibilidade à insulina.
  • Picolinato de Cromo: Suplemento que auxilia no metabolismo da insulina, carboidratos e gorduras.
  • Inibidores de SGLT2 e Agonistas de GLP-1: Ajudam na excreção de glicose pela urina e reduzem o apetite.
  • Insulina: Indicada em casos mais avançados ou quando os medicamentos orais não são suficientes.
  • Monitoramento Contínuo: Acompanhar os níveis de glicose regularmente é essencial para avaliar a resposta ao tratamento.
  • Educação e Suporte: Entender a condição e contar com apoio emocional facilita a adesão ao tratamento e reduz os riscos a longo prazo.

Ambos os tipos de diabetes exigem uma abordagem individualizada e podem incluir uma combinação de insulina, medicamentos orais, monitoramento e intervenções no estilo de vida. O tratamento adequado sempre com orientação médica pode ajudar a prevenir complicações graves associadas à diabetes, como doenças cardiovasculares, neuropatia e problemas renais.

O que é o Exame de Índice HOMA-BETA e HOMA-IR?

O índice HOMA (Homeostasis Model Assessment) é um método amplamente utilizado para avaliar a função das células beta pancreáticas (HOMA-BETA) e a resistência à insulina (HOMA-IR).

Enquanto o HOMA-BETA mede a capacidade do pâncreas de produzir insulina, o HOMA-IR indica o grau de resistência à insulina, sendo fundamental para identificar e monitorar distúrbios metabólicos como a resistência à insulina e o diabetes tipo 2.

Calculadora de Índice HOMA-IR e HOMA-BETA

Se você deseja avaliar sua sensibilidade à insulina e compreender melhor o risco de resistência à insulina ou diabetes, nossa Calculadora de Índice HOMA-IR e HOMA-BETA pode te ajudar. Basta inserir seus valores de glicemia em jejum e insulina sérica para obter o resultado.

Com base no índice calculado, você terá uma indicação clara sobre o funcionamento do seu metabolismo e se há sinais de resistência à insulina. Essa informação pode ser essencial para prevenir complicações metabólicas e buscar acompanhamento médico quando necessário.

Conclusão

O exame de glicose é uma ferramenta essencial para avaliar a saúde metabólica e diagnosticar condições como diabetes e hipoglicemia. Durante a gestação, a curva glicêmica é fundamental para identificar o diabetes gestacional e prevenir complicações para mãe e bebê.

Além disso, a combinação de diferentes testes, como a glicemia em jejum, insulina e a hemoglobina glicada (ou glicosilada) e Índice de HOMA-BETA e HOMA-IR, permite um monitoramento eficaz da glicemia.

Veja o Exame de Hemoglobina Glicada (Hba1c) e Insulina 

 

NICE. Diabetes in pregnancy: management from preconception to the postnatal period. NICE guideline NG3. 2015 (atualizado em 2020). Disponível em: https://www.nice.org.uk/guidance/ng3. Acesso em: 27 out. 2024.

McKinlay, C. J., Alsweiler, J. M., Ansell, J. M., et al. “Neonatal glycemia and neurodevelopmental outcomes at 2 years.” American Journal of Obstetrics & Gynecology, v. 216, n. 2, p. 188.e1-188.e15, 2017. DOI: 10.1016/j.ajog.2016.10.017.

Sociedade Brasileira de Diabetes (SBD). “Posicionamento Oficial sobre o Diagnóstico e Tratamento de Diabetes Gestacional.” 2023.

American Diabetes Association. Standards of Medical Care in Diabetes—2021. Disponível em: ADA.

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