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ToggleO exame de glicose é essencial para avaliar o metabolismo dos carboidratos e monitorar condições como diabetes mellitus e hipoglicemia. Este artigo vai explicar como funciona o controle da glicose no corpo, descrever os diferentes tipos de exames disponíveis e apresentar uma tabela de referência para interpretação dos resultados. Além disso, abordaremos formas de tratamentos, teste de curva glicêmica para gestantes, os sintomas de alterações glicêmicas e a relação entre a glicemia e a hemoglobina glicada (HbA1c).
O que é glicose?
Glicose é um tipo de carboidrato simples (monossacarídeo) que atua como a principal fonte de energia para as células do corpo. Ela é essencial para o funcionamento do cérebro e dos músculos, desempenhando um papel vital na manutenção da atividade metabólica. A glicose circula no sangue e é absorvida pelas células por meio da ação da insulina, um hormônio produzido pelo pâncreas.
Como é o Controle da Glicose no Corpo?
Durante o jejum, o fígado mantém a glicemia em níveis normais, liberando glicose conforme a necessidade. Porém, quando ingerimos carboidratos, a glicemia aumenta rapidamente, e o corpo responde com a liberação de insulina, um hormônio que promove a entrada da glicose nas células.
O que Acontece Com Níveis Baixos de Glicose?
- Quando a glicemia cai o sistema nervoso central é afetado, provocando:
- Fraqueza muscular;
- Problemas de coordenação;
- Confusão mental.
Se não tratada, a hipoglicemia (glicose baixa) pode evoluir para um coma hipoglicêmico.
Se a Glicose Chegar a 40 mg/dL?
Se a glicemia no sangue cair para cerca de 40 mg/dL, caracteriza-se um quadro grave de hipoglicemia severa. Nessa condição, o cérebro não recebe glicose suficiente para funcionar adequadamente, resultando em sintomas neurológicos como confusão mental, fraqueza extrema, tremores, visão turva e perda de consciência. Se não tratada rapidamente com glicose ou carboidratos de ação rápida, a hipoglicemia pode levar a convulsões, coma hipoglicêmico e, em casos mais graves, até à morte.
Quais os Riscos Da Glicose em 500mg/dL?
Quando a glicose no sangue atinge níveis próximos ou superiores a 500 mg/dL, configura-se um quadro de hiperglicemia severa, indicando risco de complicações graves, como cetoacidose diabética (CAD) em pessoas com diabetes tipo 1 ou estado hiperglicêmico hiperosmolar (EHH) em diabetes tipo 2. Esses estados são emergências médicas que podem causar desidratação intensa, confusão mental, perda de consciência e coma.
O corpo tenta eliminar o excesso de glicose pela urina, resultando em poliúria (urinar excessivamente) e polidipsia (sede intensa). Se não tratado rapidamente com insulina e reposição de fluidos, esses quadros podem ser fatais.
Causas de Hiperglicemia e Hipoglicemia
- Hiperglicemia: Está frequentemente associada ao diabetes mellitus, uma condição em que há deficiência de insulina ou resistência à sua ação. A glicemia elevada pode ultrapassar o limite renal, causando glicosúria (açúcar na urina).
- Hipoglicemia: Pode ocorrer devido a doenças como insulinomas (tumores produtores de insulina), doença de Addison, ou após ingestão excessiva de álcool.
Diabetes Tipo 1 e Tipo 2: Entenda as Diferenças e Relações
Diabetes Mellitus Tipo 1
- Causa: É uma doença autoimune em que o sistema imunológico ataca e destrói as células beta do pâncreas, responsáveis pela produção de insulina. Como resultado, o corpo produz pouca ou nenhuma insulina.
- Idade de Início: Geralmente se manifesta na infância ou adolescência, mas pode ocorrer em adultos.
- Tratamento: A insulina deve ser administrada diariamente para controlar os níveis de glicose no sangue, além de monitoramento constante da glicemia.
- Características: Os sintomas podem aparecer rapidamente, incluindo sede excessiva, aumento da urina, fome extrema e perda de peso. O diabetes tipo 1 não está relacionado a fatores de estilo de vida.
Diabetes Mellitus Tipo 2
- Causa: Resulta de uma combinação de resistência à insulina e produção insuficiente de insulina pelo pâncreas. Fatores genéticos e de estilo de vida, como obesidade e sedentarismo, desempenham um papel significativo.
- Idade de Início: Geralmente se desenvolve em adultos, mas tem se tornado mais comum em crianças e adolescentes devido ao aumento da obesidade.
- Tratamento: Pode ser gerido com mudanças na dieta, exercícios, medicamentos orais e, em alguns casos, insulina. O monitoramento da glicemia é igualmente importante.
- Características: Os sintomas tendem a aparecer gradualmente e podem incluir fadiga, visão embaçada, e cicatrização lenta de feridas.
Relação entre Diabetes Tipo 1 e Tipo 2
Embora diabetes tipo 1 e tipo 2 tenham diferentes causas e mecanismos, ambas resultam em níveis elevados de glicose no sangue e podem levar a complicações semelhantes, como doenças cardíacas, neuropatia, e problemas renais, se não forem bem gerenciadas. Além disso, o diabetes tipo 1 não pode ser prevenido, enquanto o tipo 2 muitas vezes pode ser evitado ou retardado por meio de intervenções no estilo de vida.
Tipos de Exames de Glicose
- Glicemia em jejum: Coleta realizada após 8 a 12 horas sem ingestão de alimentos.
- Glicemia pós-prandial: Medição duas horas após uma refeição para verificar a resposta do organismo.
- Teste oral de tolerância à glicose (TOTG): Avalia a capacidade do corpo de metabolizar glicose ingerida, sendo usado para diagnóstico de diabetes e diabetes gestacional.
- Hemoglobina glicada (HbA1c): Reflete a média da glicemia nos últimos 2 a 3 meses, fundamental no controle do diabetes.
- O teste HGT (Hemoglucoteste) é um método rápido para medir os níveis de glicose no sangue, utilizado especialmente por pacientes diabéticos para monitoramento diário.
Tabela de Referência: Glicemia em Jejum
Categoria | Valor de Glicose (mg/dL) |
---|---|
Normal | 70 a 99 mg/dL |
Pré-diabetes | 100 a 125 mg/dL |
Diabetes mellitus tipo 2 | Superior a 125 mg/dL |
Curva Glicêmica para Gestantes
O teste oral de tolerância à glicose (TOTG) é realizado entre a 24ª e 28ª semana de gestação para diagnosticar diabetes gestacional.
Como é Feito o TOTG?
- Jejum: A paciente deve estar em jejum por 8 a 12 horas.
- Primeira coleta: Realiza-se a medição da glicemia basal em jejum.
- Ingestão de glicose: A paciente ingere uma solução contendo 75 g de glicose (DEXTROSOL).
- Novas coletas: São feitas uma hora e duas horas após a ingestão da glicose (DEXTROSOL).
Valores de Referência para o TOTG em Gestantes
Tempo de Coleta | Glicemia Normal (mg/dL) |
---|---|
Jejum | < 92 mg/dL |
1 hora | < 180 mg/dL |
2 horas | < 153 mg/dL |
Interpretação dos Resultados
- Normal: Todos os valores dentro dos limites de referência.
- Diabetes gestacional: Confirmado se qualquer um dos valores estiver acima do limite.
Sintomas de Alterações Glicêmicas
Hiperglicemia (Glicemia Alta)
- Sintomas:
- Sede excessiva
- Fadiga
- Visão turva
- Urinação frequente
- Causas:
- Diabetes mellitus
- Resistência à insulina
- Uso de medicamentos como corticoides
Hipoglicemia (Glicemia Baixa)
- Sintomas:
- Tontura
- Tremores
- Sudorese
- Palpitações e confusão mental
- Causas:
- Uso excessivo de insulina
- Tumores produtores de insulina (insulinomas)
- Jejum prolongado
A Relação entre Glicose e Hemoglobina Glicada (HBA1c)
A hemoglobina glicada (HbA1c) reflete a média dos níveis de glicose no sangue ao longo dos últimos 2 a 3 meses, sendo um exame essencial para o monitoramento de pacientes diabéticos.
Tabela de Referência para os Valores de HbA1c
HbA1c (%) | Interpretação |
---|---|
< 5,7% | Normal |
5,7% – 6,4% | Pré-diabetes |
≥ 6,5% | Diabetes mellitus |
A combinação do teste de HbA1c com a glicemia de jejum e pós-prandial oferece uma visão completa do controle glicêmico.
Tratamento para Diabetes Tipo 1 e Tipo 2
O tratamento para diabetes tipo 1 e tipo 2 difere significativamente, pois cada tipo da doença tem causas e mecanismos distintos. Abaixo estão as principais formas terapêuticas para cada um:
Tratamento para Diabetes Tipo 1
Insulina: A principal forma de tratamento é a administração de insulina. Os pacientes precisam monitorar seus níveis de glicose no sangue e ajustar a dose de insulina conforme necessário. Existem diferentes tipos de insulina, incluindo:
- Insulina de ação rápida: Usada antes das refeições.
- Insulina de ação longa: Mantém os níveis de insulina durante o dia e a noite.
Monitoramento Contínuo: O uso de monitores de glicose contínuos ajuda os pacientes a acompanhar os níveis de glicose em tempo real, permitindo ajustes rápidos na terapia.
Educação e Autocuidado: Os pacientes são incentivados a aprender sobre a gestão da diabetes, incluindo contagem de carboidratos, identificação de sintomas de hipoglicemia e hiperglicemia, e como lidar com situações de emergência.
Exercício e Dieta: A prática regular de exercícios e uma dieta equilibrada são essenciais para o controle glicêmico e a saúde geral.
Tratamento para Diabetes Tipo 2
Mudanças no Estilo de Vida:
- Dieta Balanceada: Focar em uma alimentação saudável, rica em fibras e pobre em açúcares e gorduras saturadas.
- Exercício Regular: A atividade física ajuda a melhorar a sensibilidade à insulina e a controlar os níveis de glicose.
Medicações Orais: Várias classes de medicamentos podem ser prescritas, dependendo das necessidades individuais do paciente como:
- Metformina: O primeiro tratamento geralmente indicado, que ajuda a reduzir a produção de glicose pelo fígado e aumenta a sensibilidade à insulina.
Picolinato de Cromo: O picolinato de cromo é um suplemento nutricional que pode ajudar no controle da insulina e no metabolismo de carboidratos, lipídios e aminoácidos. Ele é uma forma do mineral cromo ligado ao ácido picolínico, facilitando sua absorção pelo organismo.
Inibidores de SGLT2 e agonistas de GLP-1: Ajuda a aumentar a excreção de glicose pela urina e a diminuir o apetite.
Insulina: Em casos mais avançados ou se o tratamento oral não for suficiente, pode ser necessária a administração de insulina.
Monitoramento: Assim como no diabetes tipo 1, o monitoramento regular dos níveis de glicose é essencial para avaliar a eficácia do tratamento e fazer ajustes conforme necessário.
Educação e Suporte: A educação contínua sobre a doença e suporte psicológico são fundamentais para a adesão ao tratamento e a prevenção de complicações.
Ambos os tipos de diabetes exigem uma abordagem individualizada e podem incluir uma combinação de insulina, medicamentos orais, monitoramento e intervenções no estilo de vida. O tratamento adequado sempre com orientação médica pode ajudar a prevenir complicações graves associadas à diabetes, como doenças cardiovasculares, neuropatia e problemas renais.
Conclusão
O exame de glicose é uma ferramenta essencial para avaliar a saúde metabólica e diagnosticar condições como diabetes e hipoglicemia. Durante a gestação, a curva glicêmica é fundamental para identificar o diabetes gestacional e prevenir complicações para mãe e bebê. Além disso, a combinação de diferentes testes, como a glicemia em jejum, insulina e a hemoglobina glicada (ou glicosilada), permite um monitoramento eficaz da glicemia.
NICE. Diabetes in pregnancy: management from preconception to the postnatal period. NICE guideline NG3. 2015 (atualizado em 2020). Disponível em: https://www.nice.org.uk/guidance/ng3. Acesso em: 27 out. 2024.
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American Diabetes Association. Standards of Medical Care in Diabetes—2021. Disponível em: ADA.
Dúvidas Frequentes
Sim, 8 a 12 horas antes da coleta de sangue.
Durante a atividade física, o corpo libera hormônios como glucagon e cortisol. Esses hormônios são fundamentais para aumentar os níveis de glicose no sangue, garantindo um suprimento rápido de energia para os músculos em ação. Esse processo é essencial para otimizar o desempenho durante o exercício. Após a atividade, os níveis de glicose geralmente se normalizam à medida que o corpo se recupera e utiliza a energia acumulada.
Não, Se esse resultado de glicose estiver elevado em jejum, isso é preocupante, pode indicar Diabetes mellitus tipo 2.
Isso pode indicar que o paciente teve picos de glicemia nos últimos meses, mesmo que a glicemia esteja controlada no momento do exame, é fundamental investigar mais a fundo a situação.
Lincoln Soledade, – Biomédico CRBM 41556/ES. Possui especialização em Patologia Clínica, pós-graduado em Biomedicina Estética Avançada, atua na área de diagnóstico clínico hospitalar, desde o início de sua carreira em 2018.