O exame de PTTK (Tempo de Tromboplastina Parcial Ativado), ou TTPA (Tempo de Tromboplastina Parcial Ativada), é um teste laboratorial que realizo frequentemente para avaliar a capacidade de coagulação do sangue.
Esse exame analisa a via intrínseca da cascata de coagulação, que desempenha um papel crucial na prevenção de sangramentos excessivos e na formação adequada de coágulos. Por isso, o exame de PTTK é fundamental para diagnosticar distúrbios hemorrágicos, monitorar a eficácia de tratamentos com anticoagulantes e garantir a segurança em procedimentos cirúrgicos.
No meu dia a dia, vejo como esse exame é essencial para diversos diagnósticos. Primeiramente, é importante entender como o exame de PTTK funciona e quais condições ele pode identificar.
O que é o Exame de PTTK?
Quando realizo o exame de PTTK, meu objetivo é medir a capacidade do sangue de formar coágulos, avaliando a via intrínseca da coagulação. Essa via envolve vários fatores de coagulação, como os fatores VIII, IX, XI e XII.
Por isso, quando há suspeita de deficiência nesses fatores, sempre recomendo exames complementares para um diagnóstico mais preciso e completo.
Para que Serve o Exame de PTTK?
O exame de PTTK é essencial para monitorar tratamentos com anticoagulantes, especialmente a heparina, permitindo ajustes precisos na dosagem para garantir a segurança e a eficácia do tratamento.
Além disso, o PTTK é crucial para avaliar se os pacientes estão preparados para procedimentos cirúrgicos, ajudando a minimizar o risco de sangramentos excessivos durante e após a cirurgia, além de reduzir o risco de complicações hemorrágicas e trombóticas.
Para obter uma avaliação completa do sistema de coagulação, sempre considero as diferenças entre o PTTK e o TAP, já que esses dois exames são frequentemente utilizados juntos.
Diferença entre Exames de PTTK e TAP
Quando analiso a coagulação sanguínea, utilizo tanto o PTTK (Tempo de Tromboplastina Parcial Ativado) quanto o TAP (Tempo de Atividade de Protrombina), ao serem exames complementares que avaliam diferentes vias da coagulação. Veja a principal diferença entre eles:
- TAP (Tempo de Atividade de Protrombina): Avalia a via extrínseca da coagulação, que envolve fatores como VII, X, V, II (protrombina) e fibrinogênio. Médicos utilizam o TAP para monitorar tratamentos com anticoagulantes orais, como a varfarina, e investigar distúrbios hepáticos que afetam a coagulação.
- PTTK (Tempo de Tromboplastina Parcial Ativado): Foca na via intrínseca, sendo fundamental para identificar deficiências de fatores específicos e monitorar a terapia com heparina.
Portanto, ao interpretar esses exames, considero que o TAP avalia a via extrínseca, enquanto o PTTK se concentra na via intrínseca, especialmente em situações que exigem controle rigoroso da terapia com heparina.
Como é Realizado o Exame de PTTK?
O exame de PTTK é um procedimento simples e rápido. Primeiro, é realizado a coleta de uma amostra de sangue venoso do paciente. Em seguida, trato essa amostra com reagentes específicos que ativam a via intrínseca da coagulação.
Depois disso, meço o tempo necessário para a formação do coágulo, fornecendo os resultados em segundos. No entanto, entender os valores de referência para o PTTK é crucial para interpretar corretamente os resultados.
Valores de Referência para o Exame de PTTK
Os valores de referência para o exame de PTTK variam geralmente entre 30,0 e 43,0 segundos, dependendo do laboratório e dos métodos utilizados. No entanto, quando observo resultados fora desse intervalo, sei que podem indicar alterações na coagulação, exigindo uma investigação mais detalhada para identificar a causa.
Interpretação dos Resultados do Exame de PTTK
Os resultados do PTTK são essenciais para identificar condições específicas relacionadas à coagulação. Veja alguns exemplos:
- PTTK Alto ou prolongado: Indica possível deficiência de fatores de coagulação (como fatores VIII, IX, XI ou XII), presença de anticoagulantes no sangue, doenças hepáticas, ou a necessidade de ajustar a dosagem de heparina.
- PTTK Baixo ou diminuído: Embora raro, um PTTK baixo pode indicar um estado hipercoagulável, onde o sangue coagula mais rapidamente do que o esperado, aumentando o risco de trombose.
Portanto, os resultados do exame de PTTK fornecem informações valiosas para o diagnóstico e orientação do tratamento adequado.
Veja Aqui Como Interpretar os Resultados.
Quando Solicitar o Exame de PTTK e TAP?
Os profissionais de saúde solicitam frequentemente os exames de TAP e PTTK juntos para obter uma visão completa do sistema de coagulação do paciente. Em geral, o TAP é usado para avaliar a via extrínseca, enquanto o PTTK se concentra na via intrínseca.
Por isso, esses exames são essenciais para investigar distúrbios hemorrágicos, monitorar o uso de anticoagulantes e avaliar a segurança antes de procedimentos cirúrgicos.
Exame de PTTK e TAP Para Avaliação do Risco Cirúrgico
Os exames de PTTK e TAP desempenham um papel crucial na avaliação do risco cirúrgico, garantindo que os pacientes estejam aptos para procedimentos invasivos. Antes de uma cirurgia, é fundamental que o sistema de coagulação esteja funcionando corretamente para evitar riscos de hemorragias ou tromboses durante e pós-procedimento.
Valores Normais e Alterações no Exame de PTTK
PTTK Valor Normal
O intervalo de 30,0 a 43,0 segundos é considerado normal e indica uma coagulação adequada pela via intrínseca. Valores próximos do mínimo ou dentro desse intervalo sugerem que o paciente não apresenta alterações significativas na coagulação.
Exame PTTK Alterado
Um PTTK alterado pode revelar problemas, como deficiências de fatores ou uso inadequado de anticoagulantes. Portanto, a interpretação desses resultados deve sempre considerar o contexto clínico do paciente.
PTTK Alto ou Prolongado
Se o PTTK estiver elevado (prolongado), isso indica que o sangue leva mais tempo para coagular do que o normal. Essa condição pode ser resultado de distúrbios hemorrágicos, doenças hepáticas que afetam a produção de fatores de coagulação, ou uso de anticoagulantes como a heparina.
PTTK Baixo
Por outro lado, um PTTK baixo sugere que o sangue está coagulado mais rapidamente do que o esperado. Embora raro, esse resultado pode indicar um estado hipercoagulável, aumentando o risco de formação de coágulos.
Conclusão
O exame de PTTK é um dos principais aliados na investigação de distúrbios de coagulação, tanto para diagnosticar alterações como hemofilias e doenças hepáticas quanto para monitorar o uso de anticoagulantes, especialmente a heparina. Na minha rotina laboratorial, ele é indispensável para garantir segurança em cirurgias e acompanhar a resposta de tratamentos.
Quando utilizado em conjunto com o exame TAP, o PTTK oferece uma visão completa da cascata de coagulação, sendo essencial para decisões clínicas mais seguras e precisas. Interpretar corretamente seus resultados, com base nos valores de referência e no histórico do paciente, é fundamental para um diagnóstico eficaz.
Se você vai realizar o exame de PTTK ou está buscando entender seus resultados, converse com seu médico ou profissional de saúde. A interpretação correta, aliada a outros exames, pode evitar complicações e garantir o melhor cuidado possível.
Compartilhe este conteúdo com quem precisa entender melhor como funciona o exame de PTTK e mantenha-se informado sobre sua saúde com informações confiáveis e baseadas na prática clínica e cientifica.
Veja Sobre o Exame de TAP
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EFFECT OF CIGERATTE SMOKING ON PROTHROMBIN (PT)AND PARITIAL THROMBOPLASTIN TIME WITH KAOLI
Dúvidas Frequentes
Sim, é aconselhável um jejum de cerca de 4 horas antes da coleta.
Sim, isso gera muitas dúvidas entre os pacientes, os diferentes nomes para o exame KPTT, PTTK, TTP ou PTTA referem-se essencialmente ao mesmo exame: o Tempo de Tromboplastina Parcial Ativada. As variações nos nomes ocorrem por diferentes terminologias adotadas por laboratórios ou regiões, vejam abaixo:
- KPTT (Kaolin-PTT) destaca o uso de caulim (um ativador) no teste.
- PTTK (Partial Thromboplastin Time Kaolin) é uma versão que também faz referência ao uso do caulim.
- TTP (Tempo de Tromboplastina Parcial) é a versão mais abreviada, sem especificar o ativador.
- TTPA (Tempo de Tromboplastina Parcial Ativada) destaca que o teste é “ativado”.
Diversas doenças podem alterar o PTTK, vejam abaixo:
- Hemofilia: Deficiência de fatores de coagulação, como o fator VIII ou IX, prolonga o PTTK.
- Doença de Von Willebrand: Afeta a função plaquetária e os fatores de coagulação, elevando o PTTK.
- Doenças hepáticas: comprometem a produção de fatores de coagulação no fígado, prolongando o PTTK.
- Síndrome Antifosfolipídica: A presença de anticorpos específicos interfere na coagulação, aumentando o PTTK.
- Uso de anticoagulantes (heparina): Prolonga intencionalmente o PTTK para prevenir a formação de coágulos.
- Deficiências hereditárias: Falta de fatores da via intrínseca (como fatores XI e XII) resulta em PTTK elevado.
Essas condições exigem uma investigação cuidadosa para garantir um diagnóstico preciso e um tratamento eficaz.

Lincoln Soledade, – Biomédico CRBM 41556/ES. mestrando em Gestão em Saúde Pública. Especialista em Patologia Clínica e pós-graduado em Estética Avançada, atua desde 2018 na área de diagnóstico clínico hospitalar. Ao longo de sua trajetória, tem se dedicado à aplicação rigorosa do conhecimento científico para promover diagnósticos precisos, contribuindo significativamente para a qualidade do cuidado em saúde.