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ToggleA febre Oropouche é uma doença viral que tem ganhado destaque no Brasil devido ao aumento de casos em áreas urbanas e rurais. Transmitida principalmente pelo mosquito Culicoides paraensis, conhecido como maruim, essa enfermidade representa um desafio crescente para a saúde pública. Neste artigo, você vai entender o que é a febre Oropouche, seus sintomas, tratamentos, gravidade e os exames necessários para diagnosticar a doença.
O Que É a Febre Oropouche?
A febre Oropouche é causada pelo vírus Oropouche, um arbovírus pertencente à família Peribunyaviridae. Identificada inicialmente na região amazônica, a doença tem se expandido para outras partes do Brasil, incluindo áreas urbanizadas. A transmissão ocorre pela picada do maruim, um inseto pequeno e difícil de perceber.
Febre Oropouche: Sintomas
Os sintomas da febre Oropouche são similares aos de outras arboviroses, como dengue e zika, o que pode dificultar o diagnóstico inicial. Entre os principais sintomas estão:
- Febre alta de início súbito.
- Dor de cabeça intensa.
- Dores musculares e nas articulações.
- Fotofobia (sensibilidade à luz).
- Náuseas e vômitos.
- Exantema (manchas avermelhadas na pele).
Geralmente, os sintomas duram de 5 a 7 dias, mas em alguns casos, podem persistir por até duas semanas.
Febre Oropouche: É Grave?
Geralmente, a febre Oropouche não é considerada grave e os sintomas desaparecem sem deixar sequelas. No entanto, em pacientes com imunidade comprometida, podem surgir complicações, como meningite viral. Por isso, é importante procurar assistência médica ao surgirem os primeiros sintomas.
Como Detectar? Exames Necessários
Para confirmar a presença do vírus Oropouche, exames laboratoriais são essenciais. Os testes mais indicados incluem:
- Exame de (DETECÇÃO MOLECULAR DO VÍRUS OROPOUCHE POR PCR — Reação em Cadeia da Polimerase): Detecta o material genético do vírus.
- Sorologia (ELISA ou teste de imunofluorescência): Identifica a presença de anticorpos específicos contra o vírus.
- Exame de (IMUNOFLUORESCÊNCIA INDIRETA) é realizado por meio da sorologia e visa identificar a presença de anticorpos IgG e IgM contra o vírus Oropouche. Este exame é essencial para avaliar se o paciente está atualmente infectado ou se já teve contato prévio com o vírus.
- Exames gerais: Hemograma completo e PCR (proteína C reativa) pode auxiliar na diferenciação com outras doenças.
A coleta de histórico epidemiológico, como viagens recentes as áreas endêmicas e contato com o maruim, é essencial para o diagnóstico.
Como Identificar o Maruim?
O maruim é um inseto pequeno, com cerca de 1 a 3 mm de tamanho, geralmente encontrado em áreas úmidas e sombreadas. Apesar do tamanho reduzido, sua picada é dolorosa. Para minimizar o risco de contato, recomenda-se o uso de repelentes, roupas de manga longa e telas em janelas.
Febre Oropouche: Tratamento e Duração
Atualmente, não há tratamento específico para a febre Oropouche. O manejo clínico consiste no alívio dos sintomas, como:
- Uso de analgésicos e antitérmicos para reduzir a dor e a febre.
- Hidratação oral ou intravenosa, dependendo da gravidade do caso.
- Repouso.
A febre dura geralmente de 5 a 7 dias, mas sintomas como cansaço podem persistir por mais tempo.
Febre Oropouche no Brasil
Embora inicialmente limitada à região amazônica, a febre já foi registrada em estados como Pará, Amazonas, Rondônia e Maranhão. O desmatamento, a urbanização e as mudanças climáticas têm contribuído para a disseminação do vetor em áreas densamente povoadas.
Gráfico do Aumento de Contaminação Por Mosquito no Brasil
Segue abaixo um gráfico da contaminação por mosquitos no Brasil.
Conclusão
A febre Oropouche é uma arbovirose emergente que demanda atenção no Brasil. Embora geralmente não seja grave, a doença pode impactar significativamente a saúde e a qualidade de vida de quem é afetado. A prevenção é o melhor caminho: adote medidas de proteção contra o maruim e busque assistência médica ao surgirem os sintomas.
Se tiver dúvidas sobre os exames necessários ou precisar de mais informações, consulte um profissional de saúde capacitado.
PINTO, I. de C.; NAVARRO, L. C. Arboviroses emergentes no Brasil: uma revisão sobre a febre Oropouche. Revista de Saúde Pública, v. 56, n. 1, p. 1-10, 2023.
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Dúvidas Frequentes
O vírus é causado principalmente pelo inseto conhecido como Culicoides paraensis (maruim).
Atualmente, não há tratamento específico para a febre Oropouche. O manejo clínico consiste no alívio dos sintomas, como:
- Uso de analgésicos e antitérmicos para reduzir a dor e a febre.
- Hidratação oral ou intravenosa, dependendo da gravidade do caso.
- Repouso.
Atualmente, ainda não existe uma vacina disponível contra o vírus Oropouche.
Embora raro, em alguns casos pode causar alterações neurológicas, resultando em sequelas permanentes, como déficits motores e cognitivos.
Revisão Clínica
Lincoln Soledade, – Biomédico CRBM 41556/ES. Possui especialização em Patologia Clínica, pós-graduado em Biomedicina Estética Avançada, atua na área de diagnóstico clínico hospitalar, desde o início de sua carreira em 2018.
Soraia Antunes é uma experiente jornalista e comunicadora, formada em Comunicação desde 2011, pela Universidade de São Paulo (USP), Soraia iniciou sua trajetória profissional em redações locais, onde rapidamente se destacou pela sua habilidade em transmitir histórias complexas de maneira clara e envolvente. Ao longo dos anos, ela acumulou experiência em diversos veículos de comunicação respeitados, incluindo jornais, revistas e emissoras de televisão.