O exame de PTH, também chamado de paratormônio, é fundamental para avaliar a saúde das glândulas paratireoides e o equilíbrio do cálcio e da vitamina D no organismo. Este hormônio controla a absorção de cálcio, a liberação de minerais pelos ossos e a regulação renal, sendo essencial para funções vitais, como contração muscular, coagulação e integridade óssea.
O PTH exame de sangue ajuda a identificar desequilíbrios hormonais que podem resultar em condições como hiperparatireoidismo, hipoparatireoidismo, osteoporose e doenças renais crônicas. Com informações precisas sobre o PTH, os médicos podem prevenir complicações graves e definir estratégias de tratamento adequadas.
O que é o PTH ou Paratormônio?
O hormônio da paratireoide (PTH) é produzido por quatro pequenas glândulas localizadas próximas à tireoide. Ele é responsável por manter os níveis de cálcio no sangue na faixa normal, essencial para a função nervosa e muscular.
O PTH atua em três frentes: aumenta a reabsorção de cálcio pelos rins, promove a liberação de cálcio dos ossos e estimula a conversão de vitamina D em sua forma ativa no organismo. Esse equilíbrio é vital, pois níveis anormais podem causar problemas ósseos, renais e cardiovasculares.
Além disso, o PTH regula o fósforo, outro mineral essencial, garantindo que o metabolismo mineral funcione de forma harmônica.
Para que Serve o Exame de PTH?
O Exame PTH (Paratormônio) é solicitado para diversas situações clínicas. Ele ajuda a:
Diagnosticar distúrbios das glândulas paratireoides, como hiperparatireoidismo primário ou secundário.
Avaliar níveis de cálcio e fósforo, auxiliando no diagnóstico de doenças ósseas e renais.
Monitorar pacientes com doença renal crônica, prevenindo complicações ósseas.
Acompanhar os efeitos de tratamentos com suplementos de cálcio e vitamina D, garantindo que o organismo esteja absorvendo e utilizando corretamente esses nutrientes.
O exame também é indicado quando há sintomas inespecíficos, como fadiga, câimbras, formigamento ou fraturas recorrentes, que podem estar associados a desequilíbrios do PTH.
Quem Deve Fazer o Exame de PTH?
O teste é indicado para pessoas com suspeita de alterações hormonais ou metabólicas. Entre os casos mais comuns estão:
Pacientes com suspeita de hiperparatireoidismo, que pode causar níveis elevados de cálcio e desgaste ósseo.
Pessoas com hipoparatireoidismo, condição rara em que o PTH está baixo, provocando fraqueza e alterações neuromusculares.
Pacientes com osteoporose ou fraturas inexplicáveis, que podem indicar desregulação do metabolismo mineral.
Indivíduos com doença renal crônica, pois alterações do PTH são frequentes mesmo antes de sintomas clínicos.
Pessoas que necessitam monitoramento de tratamentos hormonais, cirurgias na paratireoide ou suplementação de cálcio e vitamina D.
O médico endocrinologista ou nefrologista avalia o histórico clínico e decide se o exame é necessário.
Como se Preparar para o Exame de PTH?
O Exame PTH (Paratormônio) é simples e pouco invasivo, mas algumas orientações podem melhorar a precisão dos resultados:
Jejum: É recomendável que o paciente faça um jejum de, no mínimo, 4 horas antes da coleta.
Medicamentos: informe ao médico sobre uso de suplementos de cálcio, vitamina D ou medicamentos que alterem os níveis de PTH.
Horário: recomenda-se realizar o exame pela manhã, pois o PTH apresenta variações ao longo do dia.
Seguir essas recomendações garante que os resultados sejam confiáveis e reflitam com precisão o funcionamento das glândulas paratireoides.
Valores de Referência do PTH
Os valores de referência do Exame PTH (Paratormônio) molécula intacta (PTH sérico) podem variar conforme o laboratório e métodos utilizados, mas no geral possui os seguintes valores de referência:
Adultos saudáveis | 12 a 88 pg/mL |
Situações Especiais:
Insuficiência renal crônica (estágio 3): 35 a 70 pg/mL
Insuficiência renal crônica (estágio 4): 70 a 110 pg/mL
Insuficiência renal crônica (estágio 5/dialítico): até 300 pg/mL
Osteoporose ou risco aumentado de fraturas: valores elevados podem indicar hiperparatireoidismo secundário.
Pós-menopausa: tendência a níveis discretamente mais altos devido à perda óssea e alterações hormonais.
Interpretar o resultado requer atenção:
PTH alto: pode indicar hiperparatireoidismo primário ou secundário, deficiência de vitamina D ou doença renal crônica.
PTH baixo: geralmente associado a hipoparatireoidismo, deficiência de magnésio ou efeitos pós-cirúrgicos.
PTH normal: sugere funcionamento adequado das paratireoides, mas deve ser avaliado em conjunto com cálcio e fósforo.
O acompanhamento médico é essencial, pois os valores isolados não fornecem diagnóstico completo.
Principais Condições Associadas ao PTH
Hiperparatireoidismo
No hiperparatireoidismo, as glândulas paratireoides produzem PTH em excesso, elevando o cálcio no sangue. Isso pode levar a:
Fraqueza muscular e fadiga
Perda óssea e osteoporose, aumentando o risco de fraturas
Pedras nos rins e complicações renais
Sintomas digestivos como náuseas e dores abdominais
O diagnóstico precoce permite tratamentos eficazes, incluindo cirurgia ou medicação para controlar o PTH.
Hipoparatireoidismo
O hipoparatireoidismo ocorre quando há produção insuficiente de PTH, resultando em queda do cálcio sérico. Isso pode causar:
Cãibras musculares e espasmos
Formigamento nas mãos e pés
Convulsões em casos graves
Alterações dentárias e fragilidade óssea a longo prazo
O tratamento geralmente envolve suplementação de cálcio e vitamina D, sob supervisão médica.
Doença Renal Crônica
Pacientes com doença renal crônica frequentemente desenvolvem hiperparatireoidismo secundário, devido à incapacidade dos rins de manter equilíbrio de cálcio e fósforo. Isso pode levar a:
Alterações ósseas, como dor e fraturas
Cálculos renais
Problemas cardiovasculares devido ao acúmulo de fósforo
Monitorar o PTH é fundamental para prevenir complicações e ajustar a suplementação.
Interpretação dos Resultados do Exame de PTH
Para interpretar o resultado do exame de PTH, é necessário considerar:
Os valores de referência (12 a 88 pg/mL)
Níveis de cálcio, fósforo e vitamina D
Sintomas clínicos do paciente
Histórico de cirurgias ou doenças renais
O resultado isolado não define um diagnóstico, sendo imprescindível a avaliação médica conjunta com outros exames laboratoriais.
PTH e sua Relação com Outros Exames
O Exame PTH (Paratormônio) é raramente interpretado isoladamente. Para uma avaliação completa do metabolismo ósseo e mineral, é comum solicitarem outros exames em conjunto, como cálcio sérico, fósforo, vitamina D e creatinina.
Entre eles, a Gasometria Venosa se destaca, pois fornece informações importantes sobre o equilíbrio ácido-base do organismo. Alterações no pH sanguíneo, no bicarbonato (HCO₃⁻) e no excesso de base podem influenciar diretamente a regulação do cálcio e, consequentemente, a secreção do hormônio da paratireoide (PTH).
Pacientes com doença renal crônica, por exemplo, podem apresentar tanto distúrbios do metabolismo do cálcio quanto alterações ácido-base, sendo necessária a análise conjunta do PTH e da Gasometria Venosa para definir a melhor conduta clínica.
Relação entre PTH e a Função Tireoidiana (TSH e T4 Livre)
Embora o PTH (paratormônio) atue principalmente no metabolismo do cálcio, fósforo e vitamina D, alterações nos níveis de PTH podem ter efeitos indiretos sobre a tireoide:
Hiperparatireoidismo:
O excesso de PTH raramente altera diretamente os níveis de TSH ou T4 livre. Em alguns casos de doença renal crônica associada, pode haver alterações concomitantes da função tireoidiana, mas geralmente não é uma relação direta.Hipoparatireoidismo:
A deficiência de PTH leva à hipocalcemia, que pode influenciar indiretamente a liberação de hormônios hipofisários. Apesar disso, TSH e T4 livre geralmente permanecem normais, e sintomas como fadiga ou fraqueza podem ser confundidos com hipotireoidismo.- Em resumo: alterações de PTH raramente causam mudanças significativas em TSH ou T4 livre. Sempre que houver suspeita de disfunção tireoidiana, é importante avaliar os hormônios tireoidianos separadamente, considerando o contexto clínico completo.
Conclusão
O Exame PTH (Paratormônio) é vital para diagnosticar e acompanhar doenças metabólicas, ósseas e renais, prevenindo complicações sérias. Compreender os valores de referência (12 a 88 pg/mL) e o papel do PTH na regulação de cálcio, fósforo e vitamina D é essencial para manter a saúde óssea, renal e muscular. Sempre consulte um profissional de saúde para interpretação adequada e definição de condutas terapêuticas.
Perguntas Frequentes
É recomendável que o paciente faça um jejum de, no mínimo, 4 horas antes da coleta.
O uso de medicamentos como diuréticos, lítio, vitamina D e cálcio pode interferir nos níveis de PTH. Além disso, jejum inadequado ou coleta incorreta também podem alterar o resultado.
Sim. O exame mais utilizado atualmente é o PTH intacto, que mede apenas a molécula ativa do hormônio. O PTH total pode incluir fragmentos inativos, dificultando a interpretação clínica.
Essa condição é chamada de hiperparatireoidismo normocalcêmico e pode estar associada a doenças renais, deficiência de vitamina D ou início precoce do hiperparatireoidismo primário.
O exame geralmente é solicitado em casos de cálcio alterado, suspeita de osteoporose precoce, pedras nos rins recorrentes, doenças renais crônicas ou alterações da vitamina D.
Sim. Quando há deficiência de vitamina D, o organismo aumenta a produção de PTH para compensar a baixa absorção de cálcio. Por isso, muitas vezes os exames de PTH e vitamina D são solicitados juntos.
Pessoas com doença renal crônica, histórico de cálculos renais, osteoporose grave ou diagnóstico de hiperparatireoidismo devem monitorar o PTH periodicamente.
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Lincoln Soledade, – Biomédico CRBM 41556/ES. Mestrando em Gestão em Saúde Pública. Especialista em Patologia Clínica e pós-graduado em Estética Avançada, atua desde 2018 na área de diagnóstico clínico hospitalar. Ao longo de sua trajetória, tem se dedicado à aplicação rigorosa do conhecimento científico para promover diagnósticos precisos, contribuindo significativamente para a qualidade do cuidado em saúde.