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ToggleO cálcio é um mineral essencial para o funcionamento do organismo, participando de processos como a formação e manutenção de ossos e dentes, coagulação sanguínea, contração muscular e transmissão de impulsos nervosos. O exame de cálcio é fundamental para monitorar os níveis desse mineral e identificar possíveis desequilíbrios que possam impactar a saúde.
Neste artigo, exploramos o papel fundamental do cálcio no organismo, sua interação com a vitamina D e a relação com diversas doenças. Também discutiremos estratégias para manter níveis adequados de cálcio por meio de uma alimentação balanceada e importância da realização de exames de rotina.
O que é Cálcio, Função e para que serve?
O cálcio é o mineral mais abundante no corpo humano, sendo essencial para a saúde dos ossos, dentes e várias outras funções metabólicas. Ele desempenha um papel essencial na regulação da pressão arterial, respiração celular e prevenção de osteopenia e osteoporose. Além disso, contribui para a melhora da saúde do coração e evita pedras nos rins em níveis adequados, tornando-se um dos nutrientes mais importantes para o equilíbrio do corpo.
Exame de Cálcio sérico total: o que é?
Quando fazemos um exame de cálcio no sangue, medimos o cálcio sérico total, a qual é a soma de três formas de cálcio que circulam pelo sangue:
- Cálcio livre (ionizado) – Cerca de 50% do cálcio no sangue está nessa forma. Ele é chamado de “livre” porque não está ligado a outras substâncias, e essa é a forma ativa, que participa das funções vitais no corpo.
- Cálcio ligado as proteínas – Aproximadamente 45% do cálcio está ligado a proteínas, principalmente a albumina, que é uma proteína encontrada no sangue.
- Cálcio ligado a complexos – Cerca de 5% do cálcio está ligado a outras substâncias, como fosfatos, citratos e bicarbonatos.
Por que o cálcio é importante?
Os íons de cálcio (a forma livre) são essenciais para várias funções no corpo, como:
- Transmissão de impulsos nervosos – Esse mineral ajuda os nervos a enviar sinais para os músculos e outras partes do corpo. Se o nível de cálcio está muito baixo, o corpo pode ter dificuldades em realizar essa função, o que pode causar espasmos musculares (tetania).
- Contração muscular – O cálcio é necessário para que os músculos, incluindo o coração, possam se contrair corretamente. Se o nível de cálcio cai demais, os músculos podem contrair-se involuntariamente ou apresentar fraqueza.
- Reações enzimáticas – O cálcio atua como um “cofator” em várias reações químicas que ocorrem dentro do corpo. Ou seja, ele é necessário para que algumas enzimas funcionem corretamente.
- Coagulação sanguínea –O cálcio, em conjunto com a vitamina K, desempenha um papel essencial na coagulação sanguínea, ajudando na formação de coágulos quando necessário, como em casos de cortes ou ferimentos. Quando os níveis de cálcio estão baixos, essa capacidade de coagulação pode ser comprometida, aumentando o risco de sangramentos prolongados ou dificuldades na cicatrização.
Cálcio Alto ou Baixo: Sintomas e Causas
Alterações nos níveis de cálcio podem afetar o corpo de maneiras significativas. A seguir, explicamos os sintomas, causas e possíveis consequências da hipocalcemia (cálcio baixo) e da hipercalcemia (cálcio alto).
Cálcio Baixo (Hipocalcemia)
Quando os níveis de cálcio estão muito baixos, o corpo apresenta dificuldades para manter o funcionamento normal dos músculos e nervos. Essa condição pode se manifestar por diversos sintomas e pode ser causada por diferentes fatores como;
Sintomas de Hipocalcemia:
- Espasmos musculares involuntários (tetania)
- Dormência e formigamento nas extremidades (mãos, pés e rosto)
- Fraqueza muscular e fadiga intensa
- Câimbras frequentes
- Alterações no ritmo cardíaco (arritmias)
- Irritabilidade, ansiedade e confusão mental
- Problemas de coagulação, aumentando o risco de sangramentos prolongados
- Unhas quebradiças e pele seca
Causas Comuns:
- Deficiência de vitamina D, essencial para a absorção de cálcio.
- Hipoparatireoidismo – disfunção das glândulas paratireoides, que regulam o cálcio.
- Doenças renais crônicas, que afetam a retenção e absorção de minerais.
- Uso prolongado de diuréticos, que eliminam cálcio pela urina.
- Alcoolismo crônico, que interfere na absorção de nutrientes.
- Síndromes de má absorção (como doença celíaca e doença inflamatória intestinal).
Cálcio Alto (Hipercalcemia)
A hipercalcemia ocorre quando os níveis de cálcio no sangue estão elevados além do normal. Esse excesso pode prejudicar diversas funções corporais, especialmente nervos, músculos e rins, e pode indicar condições subjacentes mais graves.
Sintomas de Hipercalcemia:
- Fraqueza muscular e fadiga constante
- Redução da resposta neuromuscular (baixa excitabilidade), levando à dificuldade de movimentação (em casos graves).
- Confusão mental, lentidão cognitiva e, em casos graves, coma.
- Ritmo cardíaco irregular e palpitações
- Náuseas, vômitos e perda de apetite
- Constipação e dor abdominal
- Sede excessiva e aumento da frequência urinária (poliúria)
- Pedras nos rins (nefrolitíase) devido ao acúmulo de cálcio no trato urinário
Causas Comuns:
- Hiperparatireoidismo – excesso de produção do hormônio paratormônio (PTH).
- Uso excessivo de suplementos de cálcio e vitamina D.
- Cânceres, especialmente os que afetam os ossos ou produzem hormônios semelhantes ao PTH.
- Doenças granulomatosas, como sarcoidose e tuberculose, que aumentam a absorção de cálcio.
- Imobilização prolongada, que promove a liberação de cálcio dos ossos.
- Insuficiência renal, que reduz a capacidade do corpo de excretar cálcio.
Exame de cálcio: valores de referência e para que serve?
O exame de cálcio, também conhecido como cálcio total ou cálcio sérico, mede a quantidade desse mineral no sangue para detectar desequilíbrios que podem ser prejudiciais à saúde. Além de monitorar a saúde óssea, renal e detectar doenças que afetam o metabolismo do cálcio, o exame também avalia o funcionamento das glândulas paratireoides.
Abaixo estão os valores de referência de cálcio no sangue de acordo com a faixa etária, esse valores podem variar entre laboratórios, mas, em geral, é:
Faixa Etária | Valores de Referência (mg/dL) |
---|---|
Inferior a 1 ano | 8,7 a 11,0 mg/dL |
1 ano a 19 anos | 9,3 a 10,6 mg/dL |
A partir de 19 anos | 8,6 a 10,3 mg/dL |
Esses valores ajudam a identificar se os níveis estão dentro da faixa ideal. Quando o cálcio está fora dessa faixa, pode haver risco de complicações de saúde, como hipocalcemia (níveis baixos) ou hipercalcemia (níveis altos).
O exame também pode ser utilizado para monitorar o metabolismo do cálcio em conjunto com a vitamina D, por meio do exame de cálcio e vitamina D.
Qual o nível normal de cálcio no exame de sangue?
O nível normal de cálcio no sangue (ou cálcio sérico) varia de acordo com a idade, conforme indicado na tabela anterior. Quando os níveis estão fora da faixa ideal, isso pode estar relacionado a diversas doenças. A seguir, exploraremos as principais doenças e distúrbios associados aos níveis anormais de cálcio.
Cálcio e sua relação com diversas doenças
- Insuficiência renal
Na insuficiência renal crônica, os rins não conseguem filtrar adequadamente o excesso de cálcio e fósforo do sangue, o que pode resultar em hipocalcemia ou hipercalcemia. O desequilíbrio de cálcio e fósforo aumenta o risco de osteodistrofia renal, enfraquecendo os ossos. - Sarcoidose
A sarcoidose é uma doença inflamatória que pode aumentar a absorção de cálcio nos intestinos e reduzir sua excreção pelos rins, levando à hipercalcemia. Isso ocorre porque a sarcoidose pode aumentar a produção de vitamina D, elevando os níveis de cálcio no sangue e causando complicações como cálculos renais e depósitos de cálcio nos tecidos. - Osteomalacia
A osteomalacia é uma condição em que os ossos se tornam macios devido à deficiência de vitamina D, resultando em uma absorção inadequada de cálcio. Com níveis baixos de cálcio no sangue, o corpo não consegue manter os ossos fortes, o que leva a dores ósseas, fraqueza muscular e maior risco de fraturas. - Osteoporose
A osteoporose afeta a densidade óssea, tornando os ossos mais frágeis e propensos a fraturas. O cálcio é essencial para a prevenção da osteoporose, pois ajuda a manter os ossos fortes ao longo da vida. A falta de cálcio, especialmente em idades avançadas, pode agravar essa condição. - Acromegalia
Na acromegalia, uma doença hormonal caracterizada pela produção excessiva do hormônio do crescimento, pode ocorrer hipercalcemia, pois o metabolismo do cálcio e do fósforo é afetado, o que pode resultar em problemas ósseos e articulares. - Hiperparatireoidismo
No hiperparatireoidismo, as glândulas paratireoides produzem excesso de hormônio paratireoide (PTH), levando à hipercalcemia. Isso resulta na reabsorção óssea excessiva, causando perda óssea, pedras nos rins e problemas cardíacos. - Tetania
A tetania é uma condição que provoca espasmos musculares involuntários, geralmente causada por hipocalcemia. Níveis baixos de cálcio afetam os nervos e músculos, resultando em contrações musculares dolorosas e, em casos graves, espasmos generalizados. - Doença de Paget
A Doença de Paget é uma desordem crônica que causa remodelação óssea anormal. Embora os níveis de cálcio possam permanecer normais, o exame de cálcio é útil para monitorar o estado ósseo e prevenir complicações relacionadas ao excesso ou falta de cálcio.
Quais os Alimentos Mais Ricos em cálcio?
Os laticínios, como leite, queijo e iogurte, são amplamente reconhecidos como as melhores fontes de cálcio.
É importante observar que o leite de caixinha, devido ao processo de pasteurização, pode não conter a mesma quantidade de cálcio que o leite fresco. A pasteurização leva à desnaturação das proteínas, o que pode afetar a absorção e a biodisponibilidade do cálcio presente. Portanto, ao considerar fontes de cálcio, é essencial prestar atenção à qualidade do leite e optar por alternativas que preservem seus nutrientes. No entanto, outros alimentos ricos em cálcio incluem:
- Sardinhas (com espinhas)
- Tofu
- Brócolis
- Espinafre
- Amêndoas
Esses alimentos ricos em cálcio são essenciais para manter níveis adequados de cálcio no corpo, prevenindo doenças ósseas e outros problemas relacionados à deficiência do mineral.
Cálcio e vitamina D: a Importância da Combinação
A vitamina D é fundamental para a absorção do cálcio. Sem ela, o cálcio presente na dieta ou nos suplementos não é absorvido de maneira eficaz pelo intestino, o que pode resultar em deficiências. A combinação de cálcio e vitamina D é crucial para a saúde óssea e a prevenção de doenças como a osteoporose. Por isso, o exame de cálcio e vitamina D é frequentemente solicitado em conjunto para verificar o metabolismo desses nutrientes.
Veja a seguir uma tabela clara e organizada para explicar a relação entre cálcio e vitamina D, seus benefícios e os riscos associados:
Aspecto | Cálcio | Vitamina D | Orientações |
---|---|---|---|
Função Principal | Formação e manutenção de ossos e dentes. | Facilita a absorção do cálcio no intestino. | Vitamina D é necessária para absorção eficiente do cálcio. |
Papel na Saúde Óssea | Mineralização e fortalecimento dos ossos, prevenindo osteopenia e osteoporose. | Promove a deposição adequada de cálcio nos ossos. | Deficiência de vitamina D reduz a absorção de cálcio, aumentando o risco de ossos fracos. |
Doenças Associadas à Deficiência | Osteopenia, osteoporose, tetania, cãibras musculares. | Osteomalacia (adultos), raquitismo (crianças), fraqueza muscular. | Falta de vitamina D leva a hipocalcemia, prejudicando a saúde óssea e muscular. |
Papel na Função Muscular e Nervosa | Contração muscular e transmissão de impulsos nervosos. | Melhora a força muscular e reduz o risco de quedas. | Cálcio baixo afeta a função muscular e nervosa; vitamina D melhora o desempenho muscular. |
Riscos do Excesso | Hipercalcemia: pedras nos rins, calcificação de tecidos. | Hipervitaminose D: calcificação de órgãos e vasos. | O excesso de vitamina D pode aumentar demais os níveis de cálcio no sangue, causando complicações. |
Exemplo de Monitoramento | Exame de cálcio sérico. | Exame de vitamina D no sangue. | O exame de cálcio e vitamina D avalia o metabolismo ósseo e identifica deficiências ou excessos. |
Fontes | Leite, queijos, sardinhas, tofu, brócolis. | Exposição solar e suplementos. | Alimentação rica em cálcio e exposição solar regular garantem o equilíbrio dos dois nutrientes. |
Como Interpretar os Níveis de Vitamina D?
Como o cálcio e a vitamina D desempenham papéis fundamentais no funcionamento do organismo, é essencial monitorar seus níveis regularmente. A tabela abaixo facilita a interpretação dos níveis de vitamina D no sangue, ajudando na identificação precoce de deficiências, insuficiências ou excessos.
Para uma avaliação mais precisa, o ideal é realizar os dois exames em conjunto, o de cálcio sérico e o de vitamina D. Dessa forma, é possível garantir uma absorção eficiente do cálcio e prevenir problemas como osteoporose, osteomalacia, tetania e calcificação de tecidos.
Aqui está a tabela com os valores de referência para vitamina D (25-OH), incluindo a interpretação para cada faixa:
Condição | Valores de Referência | Interpretação |
---|---|---|
Ideal (Normal) | 30 a 100 ng/mL | Níveis adequados para manter a saúde óssea e metabólica. Previne doenças como osteoporose e raquitismo. |
Insuficiência | 20 a 29 ng/mL | Nível abaixo do ideal, podendo levar à fragilidade óssea. Suplementação ou maior exposição ao sol pode ser necessária. |
Deficiência | Abaixo de 20 ng/mL | Aumenta o risco de doenças ósseas, como osteomalacia e raquitismo. Necessita de intervenção médica urgente. |
Excesso (Tóxico) | Acima de 100 ng/mL | Pode causar hipercalcemia, calcificação de tecidos e danos renais. Requer ajuste imediato da suplementação urgente. |
Suplementação de Cálcio quando é necessário?
Quando a dieta não fornece cálcio suficiente, pode ser necessário o uso de cálcio como remédio (suplementação), especialmente para pessoas em risco de desenvolver osteoporose ou com deficiência de cálcio. É importante que a suplementação de cálcio seja feita em conjunto com vitamina D, mesmo em doses mais baixas, pois a vitamina D ajuda a direcionar o cálcio para os ossos. No entanto, a suplementação deve ser realizada sob orientação médica, pois o excesso de cálcio pode causar hipercalcemia (níveis altos) e levar à formação de pedras nos rins e calcificação vascular.
Como Diagnosticar e Tratar Alterações nos Níveis de Cálcio
- Exames de sangue: Avaliam os níveis de cálcio total e cálcio ionizado.
- Exames complementares: Englobam a dosagem de PTH (hormônio paratireoideano), vitamina D e avaliações da função renal, como a medição de ureia e creatinina.
- Tratamento da Hipocalcemia: Pode envolver a reposição de cálcio e vitamina D, além de tratar a causa subjacente (como corrigir o hipoparatireoidismo).
- Tratamento da Hipercalcemia: Inclui hidratação intravenosa, diuréticos para eliminar cálcio e medicamentos para regular o PTH. Em casos graves, pode ser necessária intervenção cirúrgica nas glândulas paratireoides.
Conclusão
O exame de cálcio é essencial para monitorar e avaliar a saúde dos ossos, nervos, músculos e coração. O desequilíbrio nos níveis de cálcio pode causar uma série de problemas de saúde, como osteoporose, insuficiência renal e tetania. Manter níveis adequados de cálcio, juntamente com vitamina D, é crucial para garantir uma boa saúde óssea e muscular.
Para garantir que seus níveis de cálcio estejam adequados, mantenha uma dieta equilibrada com alimentos ricos em cálcio e faça exames regulares de cálcio e vitamina D, sempre com o acompanhamento de um médico.
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Dúvidas Frequentes
Não é necessário.
No entanto, sempre siga as orientações específicas fornecidas pelo seu médico ou laboratório.
Alguns hábitos e alimentos podem contribuir para a perda de cálcio no organismo. O consumo excessivo de sal, cafeína, álcool e o uso de tabaco aumentam a eliminação de cálcio pela urina. Além disso, a falta de exercício físico reduz a fixação de cálcio nos ossos, enfraquecendo-os ao longo do tempo.
O cálcio é contraindicado para quem tem insuficiência renal avançada, excesso de cálcio na urina (hipercalciúria) ou no sangue (hipercalcemia). Também não são recomendados em casos de excesso de vitamina D ou sarcoidose, uma doença inflamatória que pode causar fadiga, dor nas articulações e inchaço.
Um dos principais efeitos colaterais com o consumo prolongado de cálcio é a constipação, especialmente em idosos. Se tomado em excesso, junto com vitamina D, pode levar à hipercalcemia (excesso de cálcio no sangue), resultando em hipercalciúria (cálcio elevado na urina), além de riscos de calcificação anormal em órgãos, problemas cardiovasculares e renais.
Sim, cálcio e vitamina D podem e devem ser tomados juntos para melhor absorção. A vitamina D facilita a absorção do cálcio no intestino e potencializa sua fixação nos ossos, ajudando a prevenir a osteoporose e reduzindo o risco de fraturas. Essa combinação é essencial para manter ossos fortes e saudáveis.
Sempre busque a orientação de um profissional de saúde para garantir o uso seguro e adequado de suplementos como cálcio e vitamina D, pois o uso incorreto pode trazer consequências graves, como problemas cardiovasculares, renais e calcificação indevida nos tecidos.
Lincoln Soledade, – Biomédico CRBM 41556/ES. Possui especialização em Patologia Clínica, pós-graduado em Biomedicina Estética Avançada, atua na área de diagnóstico clínico hospitalar, desde o início de sua carreira em 2018.