Sintomas de Anemia por Deficiência de Ferro

Os sintomas de anemia por deficiência de ferro, também chamada de anemia ferropriva, estão entre os mais comuns no mundo e podem afetar pessoas de todas as idades. Essa condição ocorre quando o organismo não possui ferro suficiente para produzir hemoglobina, a proteína responsável pelo transporte de oxigênio no sangue.

Essa carência provoca uma série de manifestações físicas e cognitivas que reduzem a disposição, comprometem o raciocínio e impactam diretamente a qualidade de vida.

Neste artigo, vou te mostrar de forma clara e científica quais são os sintomas da anemia ferropriva, como eles se manifestam em diferentes fases e quando é o momento certo de procurar atendimento médico.

O que é a anemia por deficiência de ferro

A anemia ferropriva se desenvolve quando o corpo perde ferro (por sangramentos, menstruação intensa ou úlceras) ou não o absorve adequadamente pela dieta. Sem ferro suficiente, a medula óssea não consegue formar hemoglobina e glóbulos vermelhos (hemácias) saudáveis, levando à redução da oxigenação dos tecidos.

Entre as principais causas estão:

• Dietas pobres em ferro (vegetarianas sem reposição adequada).

• Sangramentos crônicos (gástricos, menstruais, intestinais).

• Aumento da demanda (gestação, lactação, crescimento).

• Má absorção intestinal (doença celíaca, gastrite atrófica, uso prolongado de antiácidos).

Sintomas iniciais da anemia por deficiência de ferro

Costumo sempre falar, que os sintomas da anemia ferropriva surgem progressivamente. No início, podem passar despercebidos, sendo confundidos com cansaço do dia a dia. No entanto, à medida que o ferro diminui, o corpo começa a enviar sinais claros de que algo está errado.

Fadiga e cansaço constante

A fadiga é o sintoma mais comum e o primeiro a aparecer. Com menos oxigênio circulando, as células musculares e cerebrais produzem menos energia, resultando em cansaço persistente, mesmo após repouso adequado.

Fraqueza e indisposição

A pessoa com anemia ferropriva costuma relatar fraqueza generalizada, dificuldade para realizar tarefas simples e apatia. A falta de oxigênio reduz o metabolismo muscular, tornando movimentos e esforços mais difíceis.

Palidez e aparência pálida

A palidez da pele, gengivas e mucosas ocorre pela menor concentração de hemoglobina no sangue. Em casos moderados ou graves, o rosto e as palmas das mãos podem ficar visivelmente mais claros.

Falta de ar e taquicardia

A dispneia (falta de ar) e a taquicardia (aumento da frequência cardíaca) são mecanismos de compensação: o coração tenta bombear mais sangue para suprir a falta de oxigênio. É comum o paciente sentir palpitações ao subir escadas ou realizar pequenas atividades.

Sintomas neurológicos e cognitivos

A falta de ferro também afeta o cérebro. Esse mineral participa da síntese de neurotransmissores e da mielina, substância que envolve os neurônios. Quando há carência, surgem sintomas cognitivos importantes:

• Tontura e dor de cabeça frequentes.

• Dificuldade de concentração e memória.

• Sonolência diurna e lentidão no raciocínio.

• Irritabilidade e apatia emocional.

Esses sinais são especialmente preocupantes em crianças e adolescentes, ao poderem prejudicar o desempenho escolar e o desenvolvimento neurológico.

Sintomas específicos e manifestações avançadas

Quando a deficiência de ferro é prolongada, o organismo apresenta alterações visíveis em tecidos epiteliais (pele, unhas, língua e mucosas). Esses sinais clínicos são característicos da anemia ferropriva avançada.

Sintomas de anemia: Unhas quebradiças e coiloníquia

As unhas tornam-se finas, frágeis e quebradiças. Em casos mais graves, adquirem formato de colher (coiloníquia), curvando-se para cima nas bordas, sempre falo ser um sinal clássico da anemia crônica.

Sintomas de anemia e queda de cabelo

A queda capilar difusa ocorre pela redução do aporte de oxigênio e nutrientes aos folículos. O cabelo pode ficar mais fino e crescer lentamente.

Sintomas de anemia: Glossite e queilose

A glossite é a inflamação da língua, que se torna lisa, avermelhada e dolorida. Já a queilose provoca rachaduras nos cantos da boca. Ambas são manifestações mucosas típicas da deficiência de ferro.

Síntomas de anemia: Pica e síndrome das pernas inquietas

A pica é o desejo incomum de ingerir substâncias não alimentares, como gelo, terra ou amido. Já a síndrome das pernas inquietas (SPI) causa sensação de desconforto e necessidade de mover as pernas, especialmente à noite, um sintoma curioso, mas fortemente associado à falta de ferro.

Relação entre anemia ferropriva e hemoglobina baixa

A hemoglobina baixa é o principal achado laboratorial da anemia ferropriva. Em exames de sangue, observa-se uma anemia microcítica e hipocrômica, ou seja, com glóbulos vermelhos menores e menos pigmentados.

Outros parâmetros laboratoriais importantes incluem:

• Ferritina sérica: indica o estoque de ferro (baixo na anemia ferropriva).

• Saturação de transferrina: reduzida.

• RDW aumentado: mostra variação na dimensão das hemácias.

• Reticulócitos baixos: produção reduzida de novas células vermelhas.

Esses exames são fundamentais para diferenciar a anemia ferropriva de outras causas, como anemia de doença crônica ou talassemias.

Sintomas e carência de ferro na alimentação

A carência de ferro pode surgir por dieta inadequada, especialmente em pessoas que consomem pouca carne vermelha ou alimentos ricos em ferro heme (de origem animal). Fontes vegetais também contêm ferro, mas sua absorção é menos eficiente.

Alimentos que favorecem a absorção:

• Carnes vermelhas, fígado, vísceras.

• Feijão, lentilha, espinafre (associados à vitamina C).

• Frutas cítricas e sucos naturais.

Alimentos que dificultam a absorção:

• Café, chá preto, cacau e refrigerantes (ricos em taninos).

• Leite e derivados (pelo cálcio em excesso).

• Alimentos ricos em fitatos (presentes em cereais integrais crus).

Diagnóstico e importância dos exames laboratoriais

O diagnóstico da anemia ferropriva é confirmado por exames laboratoriais. O hemograma completo é o primeiro passo e pode indicar anemia microcítica e hipocrômica. A dosagem de ferritina sérica, ferro sérico, capacidade total de ligação do ferro (TIBC) e saturação de transferrina ajudam a confirmar a deficiência.

Em casos mais complexos, podem ser solicitados:

• Biópsia de medula óssea (raramente necessária).

• Pesquisa de sangramentos ocultos ou hemoglobina humana nas fezes.

• Avaliação ginecológica em mulheres com menstruação intensa.

Quando procurar um profissional de saúde

É importante procurar atendimento médico quando os sintomas descritos persistirem por mais de duas semanas, especialmente se houver fadiga intensa, falta de ar, palpitações ou queda de cabelo.
O tratamento da anemia ferropriva é altamente eficaz e envolve suplementação de ferro oral ou intravenosa, correção da causa base (como sangramentos) e ajustes na alimentação.

A automedicação com ferro é desaconselhada, pois o excesso pode causar sobrecarga e danos ao fígado.

Conclusão

A anemia por deficiência de ferro é uma condição comum, porém facilmente tratável quando diagnosticada precocemente. Reconhecer seus sintomas, desde a fadiga leve até alterações nas unhas e mucosas, é essencial para evitar complicações. O diagnóstico laboratorial é simples, e o tratamento, quando acompanhado por um profissional qualificado, leva à recuperação completa.